Sua
mãe havia dito aos servos: "Fazei o que ele vos disser" (Jo 2,5).
Expectativa. Atenção. Ansiedade. Olhos fixos. Jesus ordena: "Enchei as
talhas de água" (Jo 2,7). Corre-corre. Idas e vindas. Atropelos... E em
pouco tempo, seiscentos litros de água ocupavam seis talhas.
-Faltou
vinho e não água - dizia um.
-Será
que ele não ouviu direito o que sua mãe dissera? - comentava outro. Os
discípulos devem ter dado o seu palpite:
-
O que é que Jesus está pensando em fazer?
A
maioria, no entanto, esperava. Não sabia o quê, mas esperava. Logo veio a
ordem: "Tirai agora e levai ao chefe dos serventes" (Jo 2,8). Ele
provou. Era vinho. O melhor vinho. Era um milagre. Um sinal de Deus.
Naquela
festa, Jesus "produziu" o vinho de melhor qualidade a partir da água
insípida, inodora e incolor que lhe foi oferecida. Seiscentos litros. A
necessidade que o momento exigia. A carência daquela hora. E o extraordinário é
que o milagre aconteceu enquanto levavam a água até o chefe dos serventes. Na caminhada.
Durante o percurso. E tudo se fez alegria!
É
hora de você encher as talhas do seu coração. É tempo de você colocar nestas
talhas a água dos seus medos, a água das suas angústias, incertezas,
desilusões, fracassos, rejeições, mágoas, ressentimentos... Não, não importa a
qualidade da sua água, importa apenas que você encha as talhas. Digo mais:
quanto mais poluída a água, melhor; porque durante a caminhada você haverá de
constatar plenamente, que "para Deus nenhuma coisa é impossível" (Lc
1,37). O milagre será muito maior. O tempo se fará novo. E a vida cantará nova
canção.
(Jo
2,1-12)
Paz e Luz
Antonio Luiz Macêdo
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