Em
sua sabedoria infinita, Deus criou um jeito maravilhoso de nos trazer sempre à
sua memória: os sinais.
O
sinal evoca a presença de uma ausência; e por si só, contêm nas palavras, cores
e gestos, o que significa. A palavra adeus condensa-se de saudade, distância,
separação; a cor azul, em linguagem muda, nos faz recordar o céu; o gesto do
polegar erguido indica que tudo está bem. Um exemplo clássico é o semáforo. As
cores estão sempre na mesma ordem. De cima para baixo temos o vermelho, o
amarelo e o verde. Não há nada escrito. Não se ouve uma palavra emanada de cada
cor; mas sabe-se o que significam: pare, atenção e siga. É assim que funciona a
linguagem dos sinais.
Deus
se utiliza muito dessa linguagem na Bíblia. A primeira referência encontra-se
no capítulo nove, versículos de doze a dezessete do livro do Gênesis: Noé
era um homem justo e perfeito no meio dos homens de sua geração. Ele andava com
Deus. Deus disse: "Eis o sinal da aliança que eu faço convosco e com
todos os seres vivos que vos cercam, por todas as gerações futuras: Ponho o meu
arco nas nuvens, para que ele seja o sinal da aliança entre mim e a terra.
Quando eu tiver coberto o céu de nuvens por cima da terra, o meu arco aparecerá
nas nuvens, e me lembrarei da aliança que fiz convosco e com todo ser vivo de
toda espécie, e as águas não causarão mais dilúvio que extermine toda criatura.
Quando eu vir o arco nas nuvens, eu me lembrarei da aliança eterna estabelecida
entre Deus e todos os seres vivos de toda espécie que estão sobre a
terra." Dirigindo-se a Noé, Deus acrescentou: "Este é o sinal da
aliança que faço entre mim e todas as criaturas que estão na terra." Como
Deus é Poeta! A maneira inicial que ele se utiliza para lembrar de cada um de
nós é o arco-íris. Que coisa linda! Sete cores que indicam plenitude. Não se
sabe onde começa e onde termina. Nesta aliança acompanhada deste sinal, Deus
nos diz: “Vou lembrar de vocês de maneira
plena, do princípio ao fim, todas as vezes que eu vir o arco-íris”. É a Aliança da Recordação!
A
segunda referência à aliança está também no livro do Gênesis, capítulo quinze. É entre Deus e Abrão. Abrão
confiou no Senhor, e o Senhor lho imputou para justiça. E disse-lhe: "Eu
sou o Senhor que te fiz sair de Ur da Caldéia para dar-te esta terra.Toma uma
novilha de três anos, respondeu-lhe o Senhor, uma cabra de três anos, um
cordeiro de três anos, uma rola e um pombinho." Abrão tomou todos esses animais, e dividiu-os
pelo meio, colocando suas metades uma defronte da outra; mas não cortou as
aves. E eis que, ao po-do-sol, veio um profundo sono a Abrão. Quando o sol se
pôs, formou-se uma densa escuridão, e eis que um braseiro fumegante e uma tocha
ardente passaram pelo meio das carnes divididas. Naquele dia, o Senhor fez
aliança com Abrão: "Eu dou- disse el - esta terra aos teus descendentes,
desde a torrente do Egito até o grande rio Eufrates. Do arco-íris ao
fogo. É uma aliança purificadora; e a iniciativa parte do próprio Senhor, pois
ele bem sabia das limitações e infidelidades do seu servo. Por isso o fogo.
Deus é fogo! Fogo que consome sem se consumir. E através deste sinal ele estava
dizendo: “Se eu quebrar esta aliança que
eu faço contigo e com a tua descendência, aconteça comigo o que aconteceu a
estes animais”. É a Aliança da Terra!
A
última indicação do livro do Gênesis a respeito de aliança entre Deus e Abrão,
encontra-se no capítulo dezessete. Abrão tinha noventa e nove anos. O Senhor
apareceu-lhe e disse-lhe: "Eu sou o Deus Todo-poderoso. Anda em minha
presença e sê íntegro; quero fazer aliança contigo e multiplicarei ao infinito
a tua descendência." Deus disse-lhe: "Este é o pacto que faço
contigo: serás o pai de uma multidão de povos. De agora em diante não te
chamarás mais Abrão, e sim Abraão, porque farei de ti o pai de uma multidão de
povos. Faço aliança contigo e com tua posteridade, uma aliança eterna, de
geração em geração, para que eu seja o teu Deus e o Deus de tua posteridade.
Eis o pacto que faço entre mim e vós, e teus descendentes, e que tereis de
guardar: Todo homem, entre vós, será circuncidado. Cortareis a carne de vosso
prepúcio, e isso será o sinal da aliança entre mim e vós. Neste texto Deus nos mostra dois sinais desta
aliança: a mudança de nome e o sangue derramado. De sentido para nós pouco
significativo, mudar o nome para o Hebreu é tomada de posse. Era necessário ser
pertença do Senhor para que a promessa fosse realizada. Só então o sinal
realizar-se-ia. A “marca da carne” no
genital masculino é a marca da vida e do domínio de Deus. É a Aliança
da Promessa!
E
o que dizer da aliança matrimonial que é simbolizada num sinal visível e
marcante? Se nos déssemos conta do seu verdadeiro e profundo significado, sem
sombra de dúvida viveríamos o amor conjugal de outra forma.
Se
as alianças anteriores tiveram a iniciativa de Deus, a iniciativa da aliança
matrimonial parte do homem e da mulher; se as anteriores eram de natureza
particular, privada, esta é de natureza pública. É compromisso de fidelidade realizado pelo fogo do Espírito Santo e diante do
altar onde se celebra o sangue derramado
em sacrifício. Isto
é muito sério! Não é brincadeira!
Olha
agora para o dedo anular da tua mão esquerda. Aí está o sinal! Geralmente de
ouro para significar a sua nobreza. Na mão esquerda porque está do lado do
coração, e quem nós amamos, onde trazemos? Lembra do arco-íris inicial? Este
sinal é um arco-íris que lhe fará recordar, sempre que puser os olhos, o seu
amado, a sua amada. Você seria capaz de dizer onde se encontra o começo e o
término deste sinal? Nem eu, nem você. Mas somos capazes de pedir a Deus que
seja um sinal eterna e que dure para sempre. É a Aliança do Amor!
(Gn 9,12-17; 15,7-21; 17,1-13)
Paz e Luz
Antonio Luiz Macêdo
Leia nossos
Artigos:
Catequese
Católica
(busque em Colunistas)
Sou Catequista (busque em
Artigos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário