Não goste, ame! Pois somente o AMOR é capaz de construir o mundo. (Antonio Luiz Macêdo)..

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Maria de muitos nomes - Nossa Senhora Arca da Aliança



“Maria é nossa Arca da Aliança. Quando A elevamos e A conduzimos diante de nós, seguindo as sendas da vida, Deus está conosco, e podemos dizer com Moisés: «Levanta-te, Senho,ç e sejam dispersos os teus inimigos, e fujam da tua face os que te aborrecem». Elevemos, portanto, Maria Santíssima, glorificando-A; conduzamo-La diante de nós, rogando a Ela sem cessar, imitando suas virtudes, e caminhemos, com confiança, sob sua poderosa proteção. O próprio Deus construiu a nova Arca da Aliança e se dignou n’Ela habitar. Ele exaltou sua obra de predileção sobre todas as criaturas, desde a sua Imaculada Conceição. E ainda mais alto a ergueu, quando se encarnou em seu seio, tornando-se seu Filho, sem nada subtrair ao brilho de sua virgindade.

“Essa Arca santa é, pois, para nós, a fonte de inumeráveis bens. Em meio aos perigos, Ela é nosso socorro, nossa luz, nosso conselho […] e nossa consolação. Ela nos separa do mundo para nos unir a Deus, como a Arca separava as águas do Jordão: as águas inferiores, o amor do mundo, correm; elevam-se as águas superiores, o amor de Deus” .

Arca que deteve as vagas do pecado original
No mesmo milagre operado pela Arca, ao entrar no Rio Jordão, vê São Francisco de Sales um simbolismo da Conceição Imaculada de Maria:
“Assim como as águas do Jordão pararam ao entrar nelas a Arca, e deixaram passar de pé enxuto os israelitas, a fim de penetrarem na Terra Prometida, assim também as águas do pecado original suspenderam o seu curso em sinal de reverência, respeitando, em Maria, o Tabernáculo da Eterna Aliança” .

Arca em cujo Imaculado Coração está escrita a Lei Divina
Livre, pois, de todo e qualquer laivo de pecado, a nova Arca do Testemunho se tornou resplandecente escrínio de santidade. Por isso comenta o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: “A Lei divina, muito mais do que nas tábuas de Moisés, guardadas na Arca da Aliança, está escrita na alma de Nossa Senhora. E a partir de seu Imaculado Coração que a Lei de Deus se irradia para a humanidade inteira, pelo ministério da Santa Igreja Católica” .

Fonte de graça para os filhos, princípio de morte para os inimigos
Encerramos essas considerações sobre Nossa Senhora, Arca da Aliança, com as palavras do Pe. Rolland, Missionário Apostólico dos primórdios deste século, referindo-se àquela prefigura da Virgem:
“Que formoso símbolo de Maria, toda enriquecida do ouro das mais belas virtudes, e em quem os sete dons do Espírito Santo brilharam com tão vivo fulgor! De Maria, em quem a divindade se escondeu, em quem repousou o Pão vivo, e que foi o santuário do divino alimento de nossas almas, do supremo Rei, do supremo Sacerdote, do supremo Legislador. De Maria, a Mãe de Deus, a Mãe das misericórdias, por meio de quem a alma se liberta do cativeiro do demônio, atravessa o Jordão, derruba as muralhas de Jericó e conquista os mais belos triunfos! De Maria, fonte de graças para seus fiéis súditos, mas princípio de morte para os que A insultam!”6
Elogiar Maria como Arca da Aliança evoca toda a longa tradição bíblica, mas é também algo muito atual. Esta é, com certeza, uma das mais belas e populares invocações da Ladainha de Nossa Senhora. A densidade simbólica dessa invocação não cabe em poucas linhas. Sabemos da importância que tinha a Arca da Aliança no Antigo Testamento. Dentro dela, estavam as Tábuas da Lei, recebidas por Moisés no Monte Sinai como sinal da Aliança entre Deus e Seu povo. Essa Arca era a expressão visível de que Javé estava no meio do povo. Não era um Deus distante e solitário, mas próximo e solidário. Durante o tempo em que durou a travessia do deserto, o povo caminhava com o estandarte da presença do Senhor.Para a Arca havia uma tenda especial. Ali aconteciam as reuniões dos líderes; nessa tenda se tomavam as grandes decisões. Era também um lugar de encontro com o Altíssimo. Quando o povo de Deus atravessou o rio Jordão, sob o comando de Josué, a Arca ia à frente, carregada por sacerdotes. O rei Davi construiu um espaço sagrado especial para ela [Arca]. A Bíblia conta com ricos detalhes a festa que foi feita para levar a Arca em procissão para o seu lugar de destaque (cf. 1Cr 15). Houve, naquele dia, muita música e dança para celebrar a memória da presença de Deus no meio do Seu povo. O grande Templo de Jerusalém, construído por Salomão, foi para conter a Arca da Aliança.Arca da Aliança: No Novo Testamento, a Arca da Aliança aparece no testemunho final de Estêvão, o primeiro mártir cristão. Ele faz uma significativa memória crítica:
“”A Arca da Aliança esteve com os nossos pais no deserto, como Deus ordenou a Moisés que a fizesse conforme o modelo que tinha visto. Recebendo-a nossos pais, levaram-na sob a direção de Josué às terras dos pagãos, que Deus expulsou da presença de nossos pais. E ali ficou até o tempo de Davi. Este encontrou graça diante de Deus e pediu que pudesse achar uma morada para o Deus de Jacó. Salomão foi quem lhe edificou a casa. O Altíssimo, porém, não habita em casas construídas por mãos humanas. Como diz o profeta: ‘’O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificareis vós?, diz o Senhor. Qual é o lugar do meu repouso? Acaso não foi minha mão que fez tudo isto’ (Is 66,1s.)? Homens de dura cerviz, e de corações e ouvidos incircuncisos! Vós sempre resistis ao Espírito Santo. Como procederam os vossos pais, assim procedeis vós também!”” (At 7,44-51).Portanto, já para os primeiros cristãos, as Tábuas de Pedra eram insuficientes, pois eles haviam conhecido, em Jesus, uma Nova Aliança de amor, feita de um coração manso e humilde. A verdadeira Arca da Aliança não estava mais no Templo de Jerusalém, pois todo batizado se tornara um templo onde habita Deus. Maria foi a primeira cristã; a primeira Arca da Aliança de carne! Mas todos nós, de certa forma, seguimos na mesma direção. Somos contemplados com essa graça, ou seja, o Espírito Santo nos transforma em templos vivos. Somos o corpo de Cristo, a Igreja. Somos pedras vivas dessa edificação.Elogiar Maria como Arca da Aliança evoca toda esta longa tradição bíblica. Mas é também algo muito atual. O Verbo se fez carne e armou entre nós a Sua tenda, como afirma João no prólogo do seu Evangelho.Assim como no deserto havia a tenda da reunião, que caminhava com a itinerância do povo, também hoje, por onde vão os passos de um batizado caminha a Arca Santa de Deus. Levamos esta marca em nosso coração. Somos missionários.

Ficamos maravilhados quando o Santíssimo Sacramento passa em procissão no meio do povo. É bonito mesmo! Mas cada um de nós é muito mais do que aquele Ostensório que abriga a Hóstia Consagrada. Somos Hóstias Vivas, consagradas em corpo e sangue de Jesus. Somos povo santo! Tudo isso pode vir à nossa memória e ao nosso coração quando rezamos: Arca da Aliança, rogai por nós!

Padre Joãozinho, SCJ

Anjo Azul via Canção Nova

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