Vaticano, 22 Out. 15 / 03:00 pm (ACI).- O Cardeal Reinhard
Marx – que promoveu há alguns dias a admissão ao sacramento da Penitência e da
Comunhão aos divorciados recasados – explicou que os bispos que formam parte
do único grupo de discussão em alemão no Sínodo já apresentaram suas propostas
e agora “depende do Santo Padre” aceitá-las ou não.
O Cardeal Marx mencionou o relatório (documento)
que seu grupo linguístico divulgou sobre suas contribuições para o texto final
do Sínodo dos Bispos, o qual será votado parágrafo por parágrafo no próximo
sábado, 24 de outubro.
Durante a coletiva realizada ontem na Sala de Imprensa
do Vaticano, o Cardeal Marx disse que “o Sínodo terminará (em 25 de outubro)
mas não será o final. No grupo em alemão temos algumas propostas” que “foram
apresentadas ao Santo Padre e veremos se serão aprovadas”.
Depois de reconhecer que os bispos em um Sínodo não
podem “decidir a respeito da doutrina”, o Arcebispo de Munique e Freising disse
que a proposta foi feita de maneira unânime e entre bispos do seu país “o
discutimos muito intensamente” e “este não é apenas um problema alemão”.
O Cardeal disse ainda que espera que o Sínodo “não
seja um Sínodo de portas fechadas, mas de portas abertas às pessoas”, capaz de
dizer-lhes “estaremos com vocês quando errarem” ou quando “seus sonhos” não
puderem ser realizados.
O texto dos bispos alemães destaca, entre outras coisas, que “sabemos muito bem que durante as duas sessões do Sínodo houve um debate intenso sobre o assunto de que até que ponto os divorciados recasados, caso queiram fazer parte da vida da Igreja, podem receber o sacramento da Confissão e da Eucaristia sob certas condições”.
“Os divorciados recasados devem se perguntar como trataram os seus filhos quando o casamento entrou em crise. Houve uma intenção de reconciliação? Qual é a situação do companheiro com quem se casou? Qual é o efeito da nova união na família estendida e na comunidade dos fiéis? Como isto afeta o papel de ser um exemplo para aqueles jovens que estão pensando em se casar? Uma avaliação honesta pode fortalecer a confiança na misericórdia de Deus, o qual não rejeita ninguém que apresenta seu fracasso e seu sofrimento ante Ele”, indica o documento.
Esse “caminho de reflexão e penitência pode, internamente, com um olhar na situação objetiva e dialogando com o confessor, contribuir na formação da consciência e no esclarecimento de até que ponto é possível poder ter acesso aos sacramentos”.
A proposta do Cardeal Marx ao Sínodo
Em sua intervenção, no dia 14 de outubro, diante dos bispos provenientes de distintas partes do mundo para participar do Sínodo da Família, o Cardeal Marx afirmou que “devemos considerar seriamente a possibilidade – olhando cada caso individualmente e não de modo geral – de admitir aos divorciados em nova união os sacramentos da Penitência e da Santa Comunhão”.
Isto deve ser permitido, prosseguiu, “quando a vida compartilhada em um matrimônio canonicamente válido fracassou definitivamente e o matrimônio não pode ser anulado, as responsabilidades deste matrimônio se resolveram, existe um arrependimento pela falta que é a ruptura do vínculo matrimonial e existe a vontade de viver o segundo matrimônio civil na fé, educando os filhos na fé”.
A intervenção do Cardeal Marx aconteceu depois de alguns anos de uma série de pedidos dos bispos alemães a fim de mudar as normas da Igreja a respeito, apesar de nos últimos 50 anos os Papas terem rejeitado esta proposta por ser contrária à doutrina da Igreja, a qual estabelece que o matrimônio é indissolúvel e que este vínculo somente termina com a morte de um dos esposos.
No voo de retorno da Filadélfia para Roma no fim de setembro, o Papa Francisco disse aos jornalistas que dar a Comunhão aos divorciados em nova união era uma solução “simplista” ao problema.
Confira também:
Sínodo: Cardeal Marx promove dar Comunhão a divorciados recasados
http://www.acidigital.com/noticias/sinodo-cardeal-marx-promove-dar-comunhao-a-divorciados-recasados-43371/
Fonte e imagem: ACI Notícias
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