O santo de hoje, São Narciso, foi Bispo de
Jerusalém e, quando se deu tal fato, devia ter quase cem anos de idade. Narciso
não era judeu e teria nascido no ano 96. Homem austero, penitente, humilde,
simples e puro, sabe-se que presidiu com Teófilo de Cesareia a um concílio onde
foi aprovada a determinação de se celebrar sempre a Páscoa num Domingo.
Eusébio narra que em certo dia de festa, em que
faltou o óleo necessário para as unções litúrgicas, Narciso mandou vir água de
um poço vizinho, e com sua bênção a transformou em óleo. Conta também as
circunstâncias que levaram Narciso a demitir-se das suas funções.
Para se justificarem de um crime, três homens
acusaram o Bispo Narciso de certo ato infame. “Que me queimem vivo – disse o
primeiro – se eu minto”. “E a mim, que me devore a lepra”, disse o segundo. “E
que eu fique cego”, acrescentou o terceiro. O desgosto de ser assim caluniado
despertou em Narciso o seu antigo desejo pelo recolhimento e, por isso, sem
dizer para onde ia, perdoou os caluniadores e saiu de Jerusalém em direção ao
deserto. Considerando-o definitivamente desaparecido, deram-lhe por sucessor a
Dio, ao qual por sua vez sucederam Germânio e Górdio. Todavia, os três
caluniadores não tardaram a sofrer os castigos que em má hora tinham invocado,
pois o primeiro pereceu num incêndio com todos os seus, o segundo morreu de
lepra e o terceiro cegou à força de tanto chorar o seu pecado.
Alguns anos depois, Narciso reapareceu na cidade
episcopal. Nunca tinha sido posta em dúvida a santidade do seu procedimento.;
por isso, foi com imensa alegria que Jerusalém recebeu seu antigo pastor.
Segundo diz Eusébio, continuou Narciso a governar a diocese até a idade de 119
anos, auxiliado por um coadjutor chamado Alexandre. Faleceu cerca do ano de
212.
São Narciso, rogai por nós!
Fonte e imagem: Canção Nova
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