VATICANO, 29 Out. 15 / 01:40 pm (ACI).-
O Secretário de estado do Vaticano, o Cardeal Pietro Parolin, assegurou à
imprensa que depois do Sínodo o Papa Francisco escreverá um documento sobre a
família. “Os tempos não serão longos pois estas coisas se devem fazer em tempos
relativamente breves pois de alguma maneira perdem força e impacto”. “Acho que
o Papa o escreverá em tempo relativamente breve”.
O Cardeal afirmou em resposta a alguns jornalistas,
durante um congresso sobre os 50 anos da Declaração Nostra aetate (que aborda a
relação da Igreja com outras confissões), na Universidade
Gregoriana de Roma.
Desta maneira, o cardeal confirmou que o Santo
Padre publicará um documento tomando como base o Relatório final aprovado de
forma unanime – parágrafo por parágrafo – pelos Padre sinodais no último
sábado, 24, durante a conclusão do Sínodo sobre a Família.
Os mesmos participantes da Assembleia sinodal, no
parágrafo 94, disseram: “Pedimos humildemente ao Santo Padre que avalie a
oportunidade de oferecer um documento sobre a família, para que nela, Igreja
doméstica, resplandeça sempre Cristo, luz do mundo”.
“O Sínodo, entregando a mensagem, propôs também a
possibilidade de traduzi-lo em um documento pontifício, assim como foi feito
normalmente em todos os Sínodos”, explicou o Cardeal.
“Os padres sinodais oferecem uma série de reflexões
conclusivas ao Papa, através das quais o Papa escreve um documento“, adicionou.
O Secretário de estado também comentou acerca da próxima viagem do Papa Francisco a Uganda, Quênia e República Centro-africana a ser realizada entre os dias 25 e 30 de novembro, países nos quais ainda vivem certo ambiente de guerra.
“Existe uma grande preocupação”, mas “imagino que se o Papa vai é porque existem condições para que possa ir e permanecer lá durante o tempo necessário para cumprir com o programa. Estes fenômenos estão sob controle, pelo menos por ocasião da visita do Papa”.
Perguntado se o Papa tem medo de visitar a África, o Cardeal afirmou: “Acho que não”. “Não iremos em meio da batalha. O Pontífice encontra a coragem na fé e no amor. Ele deseja que esta viagem esteja caracterizada pela visita à República Centro-africana, devido a situação de conflito pela qual se encontra, porque pensa que ir ali é dar uma palavra aos cristãos e católicos, mas também a todas as partes implicadas, e pode ser uma contribuição grande para a construção da paz”.
Relações com a China
O Cardeal Pietro Parolin falou ainda a respeito das relações diplomáticas com a China (um dos poucos países com os quais não tem relação) e de uma delegação que em breve se deslocará a Pequim. “Não é a primeira vez”, mas “forma parte de um certo percurso em vista de uma normalização das relações”.
“Somete o fato de poder conversar é algo muito significativo. Não fazemos prognósticos. Tudo o que estamos fazendo é com o objetivo de encontrar um acordo e para ter relações normais com a China e Pequim, como com a grande maioria dos países do mundo. Dialogar é algo positivo”.
Terroristas do Estado Islâmico
Em seguida, o Cardeal falou precisamente de diálogo, ao mencionar o chamado Estado Islâmico (ISIS). “Dialoga-se com quem aceita dialogar, com quem entra em relação. Não com quem é insensível ou rechaça o diálogo”, acrescentou.
“Não acho que com os fundamentalistas seja possível dialogar. É possível oferecer diálogo, mas não vejo possibilidade de que o estabeleçam”.
Referindo-se ao diálogo com outras religiões, o Cardeal reconheceu que no começo “existem dificuldades, mas o impulso, o entusiasmo e a motivação ajudam. E a Igreja contínua com este entusiasmo e esta motivação”, assinalou.
“Os líderes religiosos têm uma grande responsabilidade” em “encontrar as condições”, mas “a paz nasce do coração, de um coração pacífico, em paz com Deus, com o próximo e com a nós mesmos”.
Existem situações onde “a violência está justificada em nome de Deus e os líderes religiosos têm o grande dever e s responsabilidade de dizer que isto não é verdade, e devem apelar aos membros destas confissões a serem construtores de paz”.
Como por exemplo na Síria, onde “a paz seria possível se houvessem pessoas dispostas a construi-la” porque esta “não é automática”. São necessárias pessoas que “inclusive na dificuldade de uma situação muito complicada procurem reconstruir a paz”, com um “sentido de responsabilidade”.
Fonte e imagem: ACI Notícias
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