(o errado que agiu certo)
O Evangelho não nominaliza os dois irmãos. Esta
atitude de Jesus é proposital, visto que cada um deles pode receber o nome de
cada um de nós.
O protagonista é o Pai e os atores, os filhos:
sendo o mais novo o ator principal e o mais velho o ator secundário. Cada qual
em seu momento desempenhando a realidade de suas vidas.
O mais novo chama o pai e pede a herança que lhe
cabe; ou seja, mata antecipadamente aquele que o gerou porque herança é
partilhada após a morte do tutor.
Recebe, não agradece e nem sequer se despede. Sem
olhar para trás, sonho nos bolsos e mochila às costas, toma o rumo da estrada.
O pai o acompanha com os olhos até vê-lo perder-se na curva do caminho.
Bebedeiras.
Orgias. Farras. Aventuras amorosas. O sonho dos bolsos, por fim, acabou e com
ele os sonhos do coração. Sem dinheiro, sem amigos, sem emprego, sem crédito,
sem ninguém... A única alternativa oferecida: cuidar de porcos. Aceitou.
O pai, em contrapartida, todos os dias à tardinha
achegava-se ao alpendre e olhava a estrada, esperando a sua volta. Alguma coisa
mais forte dizia no seu coração que um dia... Ele iria voltar. Não poderia
matar a esperança. Esperava... Esperava...
O chiqueiro, os porcos, a lama, fizeram do menino
um verdadeiro bicho. Magreza indescritível (não podia comer nem a comida dos
porcos). Odor insuportável. Aparência repugnante. Cabelos desgrenhados. Roupas
rasgadas. Pés descalços. E a pocilga dia e noite exalando o seu odor
característico.
Foi neste estado de decadência física, moral e
espiritual que naquela manhã sentou-se sobre uma pedra. Silêncio... Olhos
perdidos no horizonte, rememora a casa do pai. Bendita reflexão que o
impulsiona a descruzar os braços, perder o medo, sepultar o respeito humano e
tomar o caminho de volta.
Ainda vinha longe, decorando as palavras que iria
dizer ao pai, “Pai, pequei contra o céu e contra ti, não sou digno que me chames teu
filho...”, quando os olhos do
pai o avistaram. Não se contém. Corre em direção ao filho. O filho caminha
lentamente, não tem forças... Enquanto a Misericórdia corre, o perdão caminha.
O pai o acolhe em seus braços. A lama, o odor, a
sujeira, a repugnância são purificados no abraço da Compaixão.
Os servos estão perplexos, boquiabertos, estáticos,
mudos... A ordem do pai quebra toda a expectativa:
- Tragam a melhor túnica; as sandálias e o anel;
matem o bezerro mais cevado. Hoje é dia de festa. Regozijemo-nos “porque
este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado”.
Você se
encontra neste estado? Atolado ou atolada na lama de um sexualismo desenfreado
e sem rédeas? Atolado ou atolada nas bebedeiras que lhe roubam a dignidade de
filho ou filha de Deus? Atolado ou atolada na prostituição ou no homossexualismo
que devoram e mutilam os seus sentimentos afetivos mais profundos? Deixe-se
abraçar por Jesus. É o único remédio! E desse abraço acolhedor e purificante
fluirá a força para você cantar vitória. A túnica da Graça revestirá você; as
sandálias romperão as algemas de escravo ou escrava; e o anel lhe reconciliará
com o Pai, com você mesmo e com os irmãos. O Pai é Deus. O filho ou filha é
você. Qual o seu nome? Deixe-se abraçar! O Pai tem pressa. A festa vai começar.
Paz e Luz
Antonio
Luiz Macêdo
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