Um amplo pacto social "construído na base da
partilha das riquezas e não apenas dos prejuízos" – é quanto pede a
Comissão de Justiça e Paz da Conferência Episcopal sul-africana (SACBC), que
intervém assim contra os drásticos cortes e despedimentos anunciados nas
últimas semanas pelas empresas mineiras da África do Sul, em resposta ao
colapso dos preços das matérias primas e os aumentos dos custos de produção.
Num comunicado tornado público pela agência CISA, o
presidente da Comissão Episcopal, Dom Abel Gabuza, congratula-se com a
intervenção do Ministro dos Recursos Minerais para mediar uma solução
alternativa aos despedimentos. Mas pede também que o pacto social proposto pelo
Governo aos parceiros sociais "para garantir a competitividade e a
sustentabilidade das actividades de mineração necessárias para criar e manter
postos de trabalho no actual contexto económico", tenha um olhar a longo
prazo e se inspire em princípios de equidade. Em particular, segundo o prelado,
o pacto social deveria prever a criação de um Fundo de sustentabilidade dos
salários nos anos com grandes lucros excedentes para financiar as retribuições
dos trabalhadores quando os preços das matérias primas entrarem em colapso.
Na base deste novo pacto social - sublinha Dom Gabuza
– deveria estar o princípio de que as pessoas vêm antes do lucro: "Em
tempos de crise dizem-nos que as empresas mineiras são um negócio, e não uma
obra de caridade, e que em tempos de magra a actividade mineira deve conter os
custos, incluindo os custos do trabalho, e alienar os sectores deficitários
para assegurar melhores dividendos aos accionistas e investidores. Mas nós
temos sempre sublinhado - diz o presidente de Justiça e Paz – que em jogo
também está o bem comum, e não apenas os interesses dos accionistas. Se o
sector mineiro leva a sério este pacto social - conclui o prelado – deveria
também aceitar estes princípios”.
Fonte e imagem: Rádio vaticano
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