"Rezo pelo vosso país nesta situação
difícil" e "apoio os esforços que ajudam a nação ucraniana avançar num
espírito de paz e reunificação” - são as palavras da mensagem que o Papa
Francisco enviou ao presidente Poroshenko, no dia do 24° aniversário da
independência deste país da Europa Oriental. Os auspícios do Papa - que também
renova a "proximidade espiritual às vítimas, suas famílias e todos aqueles
que sofrem" – vão na sequência do apelo pela paz para a Ucrânia lançado no
domingo durante o Angelus, para cesse um conflito que já custou milhares de
mortos, feridos e deslocados.
A Ucrânia celebrou nesta segunda-feira, 24 de
agosto, o 24° aniversário da sua independência e Kiev foi o epicentro das
celebrações. Contudo, os números que o presidente Poroshenko oferece ao público
e ao país no seu discurso oficial não dão nemhum sorriso. Cerca de 2.100
soldados mortos no conflito na Donbass contra os pró-russos, cerca de 7000 os
feridos, 6.800 mortes no total desde o início das hostilidades, e muitos deles
eram civis. No clima tenso que paira sobre a Ucrânia, as palavras de Francisco
durante o Angelus foram uma brisa ligeira que dá esperança, como confirmou o
Padre Ivan Kulyk, pároco da Paróquia dos Santos Sérgio e Baco, igreja nacional
dos ucranianos em Roma:
"Para nós é muito importante que o Papa tenha
feito este apelo pela paz na Ucrânia. Creio que todos os ucranianos que ouviram
estas palavras ficaram satisfeitos porque o Papa, que é o Chefe da da Igreja,
reza pela Ucrânia e recorda no seu coração o povo da Ucrânia, recorda esta
difícil situação que estamos a viver na Ucrânia”.
Sobre as agendas das chancelarias da Europa, a
crise ucraniana está nas primeiras páginas como a crise da imigração, questões
prioritárias na cimeira trilateral a ter lugar em Berlim entre a
Alemanha-França-Ucrânia. Por detrás das tentativas da política e da diplomacia,
agita-se entretanto a questão humanitária das dezenas de milhares de pessoas
que ficaram sem casa nem terra:
"Há muitas pessoas que saíram e devem deixar a
terra onde vivem porque quase tudo foi destruído. Há muitas crianças, mulheres
e homens que devem abandonar esta zona de conflito. Esta gente, ao fugir,
precisa de uma casa, uma habitação e esta é uma emergência muito grande”.
Nascem, então, do coração os melhores votos de Dom
Ivan para o seu país, para este dia de festa sem o sabor da festa:
"Nós devemos ser um povo unido. Devemos estar
juntos, sobretudo neste momento difícil, porque a unidade nos dá força. E
realmente espero que possamos sentir sobretudo no nosso coração este grande dom
da independência, da liberdade. Na verdade, já há 24 anos o povo da Ucrânia é
um povo livre, e este é um grande dom do Senhor”.
Fonte e imagem: Rádio Vaticano
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