Roma, 26 Ago. 15 / 02:41 pm (ACI).- O Bispo siro-católico
Flaviano Michele Melki, martirizado há 100 anos durante o genocídio armênio,
será proclamado beato no dia 29 de agosto, durante uma liturgia solene
programada no convento patriarcal de Nossa Senhora da Libertação no Líbano.
A cerimônia de beatificação será presidida pelo Patriarca
siro-católico Ignatius Youssef III, na qual participarão numerosos patriarcas e
chefes das igrejas cristãs do Oriente provenientes do Líbano, da Síria e do
Iraque, informou a agência vaticana Fides.
O decreto de beatificação será lido durante o início
da divina liturgia pelo Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das
Causas dos Santos.
No último dia 8 de agosto, o Papa Francisco
autorizou a promulgação do decreto relacionado ao martírio do Bispo.
Em declarações a Fides, o sacerdote siro-católico
Nizar Seman disse que “há muito tempo não é proclamado um beato de nossa Igreja,
o Bispo Melki será o primeiro mártir siro-católico daquele Genocídio, elevado à
glória dos altares; mas sua beatificação é um presente para todos os cristãos
do Oriente”.
“Nestes tempos de novas tribulações –acrescentou o
Pe. Nizar – seu exemplo nos mostra a fé luminosa com a que viveu durante a
terrível perseguição do Império Otomano há cem anos, a figura deste mártir pode
dar esperança e coragem a todos os batizados.
“Oremos para que por sua intercessão todos recebam
ajuda para professar a fé em Cristo nos países do Oriente Médio e também para
que os líderes políticos e militares sejam iluminados para seguir os caminhos
que conduzem à paz”, concluiu.
Flaviano Michele Melki foi assassinado no dia 29 de
agosto de 1914 em Djézireh (atual Turquia), durante os massacres cometidos
contra os armênios e membros de outras comunidades cristãs por muçulmanos
turcos. Esta sequência de fatos ficou conhecida como o genocídio armênio.
Melki nasceu em 1858 em Kalaat Mara, um povoado
localizado ao leste de Merdin. Foi ordenado Bispo de Gazarta em 1913. Vivia em
extrema pobreza, vendeu até mesmo seus paramentos litúrgicos para ajudar os
pobres.
No verão de 1915, enquanto estava longe da sua
diocese decidiu retornar rapidamente à sua sede episcopal quando soube que a
violência nessa cidade também era contra seus fiéis.
As autoridades turcas o levaram preso no dia 28 de
agosto junto com o Bispo caldeu da mesma cidade.
Segundo relatos de testemunhas reportadas por
fontes muçulmanas, os dois bispos foram assassinados por negar-se a
renunciar à sua fé e converter-se ao Islã. O Bispo Melki foi torturado até a
morte e logo decapitado.
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Fonte e imagem: ACI Notícias
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