RIO DE JANEIRO, 27 Ago. 15 / 07:00 pm
(ACI).- O maior estádio do
Brasil, palco de duas finais de Copa do Mundo (1950 e 2014), transformou-se em
um centro de solidariedade na terça-feira, 25, quando foi lançado o Futebol das
Nações, um projeto da Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro e do Maracanã,
com objetivo de promover a integração entre os refugiados de diversos países
que chegaram ao Brasil em busca de uma vida
melhor.
O Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, abriu
suas portas para a realização de oficinas semanais com homens refugiados de
diversos países, utilizando o futebol como ferramenta educativa. Além de levar
à integração dos refugiados no Brasil, o projeto visa a proporcionar um espaço
de debate sobre temas relacionados à inserção dessas pessoas na sociedade, como
preconceito, acesso ao mercado de trabalho, igualdade de gênero, violência
contra as mulheres e até mesmo o ensino da língua portuguesa.
Na cerimônia de lançamento, cerca de 20 refugiados
de países como República Democrática do Congo, Síria, Colômbia, Togo e Guiné
puderam se sentir como verdadeiros profissionais. Após a preparação no
vestiário oficial, os jogadores desceram ao campo. Em seguida, disputaram duas
partidas. As danças durante a comemoração dos gols fizeram sucesso.
“Estou muito feliz de poder jogar aqui no Maracanã.
É um momento inesquecível para mim. Foi tudo maravilhoso, principalmente a
parte do vestiário. Fiquei emocionado como se fosse um jogo de verdade. Nós,
refugiados, chegamos aqui com a moral baixa. Esta atividade é uma oportunidade
para relaxarmos e esquecermos os nossos problemas”, declarou Achille, refugiado
da República Democrática do Congo.
O Futebol das Nações tem o apoio do Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
A metodologia utilizada foi a do Futebol3, desenvolvida
pela ONG streetfootballworld Brasil, e prevê o uso do futebol como instrumento
de transformação em três tempos: no primeiro, os jogadores conversam e definem
as regras da partida; no segundo, é o jogo em si; e no terceiro, voltam a se
reunir para uma roda de discussão sobre o que aconteceu em campo. É nesse
momento que se trabalham as diferenças, expectativas e sentimentos dos
participantes. No Futebol3, os gols valem tanto quanto o respeito às regras
determinadas, o fair play e o diálogo entre os participantes.
Segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados
(CONARE), o Brasil abriga um número recorde de aproximadamente 8,5 mil
refugiados de 81 nações diferentes. Em 2014, o país recebeu mais de 12 mil
solicitações de refúgio. A Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro atua na
proteção, integração e promoção social dos refugiados desde 1976.
Conheça mais as ações da Cáritas Rio: https://www.facebook.com/caritasrj
Fonte: ACI Notícias
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