CONTO DE CHAD
Homem
temente a Deus desde a infância, fez-se jardineiro desde os 10 anos de idade
através do pai, porque, dizia: “É uma das mais belas profissões do Senhor”.
Logo recebeu o apelido de mão-de-ouro. Tudo o que plantava, germinava e
desenvolvia.
Aos
75 fizera um pedido aos céus: “Pai, atua paixão me dói profundamente no peito.
Dá-me uma semente de consolo”.
Em
sonho, viu uma semente debaixo de uma frondosa mangueira. Acordou cedinho, e
apressadamente dirigiu-se até a árvore. Lá estava a semente.
Sua
forma era a de uma semente de ameixa. De cor creme, apresentava
dos dois lados a mancha de uma cruz.
Apanhou-a
com todo o carinho e cuidado, agradecendo a Deus pelo presente.
Em
frente da simples casa preparou o local e plantou a semente. Regava todos os
dias. À medida que os dias passavam, mais cuidado e mais esmero.
Cinco
anos depois, uma árvore diferente de todas as árvores, crescera e despontava
agora com uma beleza triste. Olegário não entendia nada. Tronco, galhos, folhas
de cor violácea. Esperava ansioso, a floração.
Ao
contrário das demais, no primeiro dia da quaresma foram surgindo ao mesmo
tempo, dezenas de flores vermelhas. Duas particularidades chamou sua atenção:
eram adultas e fechadas. Durante toda a quaresma permaneceram assim.
Na
sexta-feira santa, ao meio-dia, todas se abriram num momento mágico, mostrando
em suas pétalas o desenho de uma cruz.
Olegário
ajoelhou-se. Lágrimas brotavam dos seus olhos rasos. Contemplava aquele
presente como se contemplasse o próprio Jesus. às três horas da tarde
fecharam-se todas, e uma gota vermelha escapava de cada uma delas. Olegário
permanecia extático. Era demais para o seu coração.
Passaram-se
ainda duas sextas-feiras santas. Na terceira, porém, a emoção apoderou-se dele
de tal forma que o coração não resistiu. Eram três horas da tarde. As flores
não fecharam e não escorregou nenhuma gota vermelha. De cada uma caiu uma chuva
de lágrimas sobre o corpo de Olegário. Depois... Pouco a pouco, fecharam-se.
No
instante do sepultamento de Jesus, anjos vestidos de branco abriram um jazigo
onde depuseram o seu corpo. Cobriram com areia e folhas da árvore. E se foram
para o céu.
E
daquele dia até hoje, todas as sextas feiras-santas o fenômeno se repete:
durante as três horas de sofrimento de Jesus todas as flores permanecem
abertas. Sendo que às três horas da tarde, metade da flores derramam gotas de
sangue, e a outra metade gotas de lágrimas. Sangue e água, o presente de Jesus
para Olegário e para todos nós.
#ContoContado
Chad
Fotos: Google
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