MADRI, 03 Out. 15 / 09:00 am (ACI).- Antonio Lago e Estela
Ordóñez, pais de Andrea, uma menina de apenas doze anos afetada por uma doença
degenerativa, pediram que lhe retirem a alimentação que recebe através de uma
sonda, no Complexo Hospitalar Universitário de Santiago de Compostela
(Espanha), lugar no qual a menina está internada há vários meses. Os médicos se
negaram a aceitar este pedido.
Antonio e Estela fizeram o pedido e acusam aos
médicos de evadir sua responsabilidade e prolongar a vida
da menor “com dor”.
Os médicos do Complexo Hospitalar de Santiago de
Compostela afirmam que a alimentação é um suporte vital e básico, desta maneira
não podem retirá-lo.
A pediatra Gádor Joya, porta-voz da plataforma
pró-vida ‘Derecho a Vivir’, assinalou a respeito deste caso que, em termos
gerais, “retirar o suporte básico da menina, com a clara intenção de que morra,
não tem nada a ver com a procura de uma morte nas melhores condições de
dignidade possíveis”.
Os pais não falaram a respeito da fase da doença na
qual sua filha está, nem o tratamento que está sendo aplicado pelos médicos.
Joya recorda que existe “uma grande diferença entre o tratamento terapêutico
que consiste em aplicar medidas desproporcionais ao estado e prognóstico do
paciente que podem também ocasionar prejuízos ou incômodos, e oferecer o
suporte necessário a fim de manter uma vida digna até o final com hidratação,
analgésicos e tratando de evitar o afogamento”.
Em todo caso, assegura Joya, “nosso dever
profissional e moral como médicos é cuidar de nossos pacientes procurando em
cada momento aplicar os meios necessários a fim de que estes vivam dignamente”.
“Nossa profissão deve procurar prevenir a doença,
curá-la quando esta aparece e, se isto não for possível, aliviar seus efeitos
procurando sempre o bem do doente”, conclui a pediatra.
Em uma coletiva de imprensa hoje em Madri, o
porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola, Pe. José Maria Gil Tamayo, fez
menção ao tema e disse que compartilha o sofrimento dos pais de Andrea e que
não duvida que “queiram o melhor para sua filha, em meio de um grande
sofrimento”, mas insistiu em que “não existe compaixão que leve a morte, mas
esta sempre leva à vida”.
Por isso, o sacerdote lhes pediu que escutem “o
conselho dos peritos dos comitês éticos e deontológicos e também dos
facultativos que possuem mais dados e que com o código deontológico médico têm
o dever da cura ou fazer com que o paciente melhore sempre que for possível”.
“Quando não for possível que o paciente melhore,
permanece para os médicos a obrigação de aplicar as medidas a fim de conseguir
o bem-estar da pessoa doente, embora disso pudesse derivar o encurtamento da
vida, mas nunca poderão acabar com a vida de uma maneira direta”, concluiu.
O sacerdote recordou além disso o texto dos bispos
espanhóis que pode iluminar este tema: “100 questões da igreja
a respeito da defesa da vida e a atitude dos católicos”. Confira no link (em
espanhol) a seguir: http://www.conferenciaepiscopal.nom.es/ceas/documentos/eutanasia.htm
Fonte e imagem: ACI Notícias
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