MADRI, 03 Set. 15 / 05:00 pm (ACI).- No último dia 6 de
agosto a diocese de Cádiz (Espanha) admitiu a transexual Álex Salinas como
padrinho de batismo do seu sobrinho. Entretanto, depois da
polêmica, o Bispo consultou à Congregação para a Doutrina da Fé no Vaticano e
recebeu como resposta que é “impossível admitir” uma pessoa com comportamento
transexual como madrinha ou padrinho de batismo.
O Bispo de Cádiz e Ceuta, Dom Rafael Zorzona Boy,
divulgou hoje um comunicado no qual explica que recorreu à Congregação para a
Doutrina da Fé “ante a confusão provocada entre alguns fiéis” pois atribuíram
palavras e informações que não foram pronunciadas por ele e também “pela
complexidade e relevância mediática alcançada por meio deste assunto”, assim
como pelas “consequências pastorais” que esta decisão tem.
Dom Zorzona Boy explicou que após consultar a
Congregação para a Doutrina da Fé, dicastério do Vaticano encarregado de
custodiar a correta doutrina católica, a respeito da possibilidade de que a
transexual Álex Salinas fosse padrinho de batismo do filho da sua irmã, a
resposta foi a seguinte:
“Sobre este particular lhe comunico a
impossibilidade de que lhe admita. O mesmo comportamento transexual revela de
maneira pública uma atitude oposta à exigência moral de resolver o próprio
problema de identidade sexual segundo a verdade do próprio sexo. Portanto, é
evidente que esta pessoa não possui o requisito de levar uma vida
conforme a fé e ao cargo de padrinho (CIC no. 874 §3), não podendo, portanto,
ser admitido ao cargo nem de madrinha nem de padrinho. Não se vê nisso uma
discriminação, mas somente o reconhecimento de uma objetiva falta dos
requisitos que por sua natureza são necessários para assumir a responsabilidade
eclesiástica de ser padrinho".
Através da nota, o Bispo precisou que o papel que
os padrinhos assumem no sacramento do batismo é “ante Deus e sua Igreja
e em relação com o batizado, o dever de colaborar com os pais em sua formação
cristã, procurando que leve uma vida coerente com a fé batismal e cumpra
fielmente as obrigações inerentes”.
Segundo o comunicado, “os padrinhos devem ser
“crentes sólidos, capazes e dispostos a ajudar ao novo batizado... no seu
caminho da vida cristã”, como assinala o Catecismo
da Igreja Católica no numeral 1255.
Além disso, aponta a que se não se encontrassem
candidatos que reunissem os requisitos para ser padrinho ou madrinha, o batismo
poderia ser celebrado da mesma forma, pois a figura dos padrinhos não é
necessária neste sacramento.
Dom Zorzona recolheu umas palavras do Papa
Francisco na encíclica Laudato Si’, através da qual explica que a
transexualidade é um comportamento “contrário à natureza do homem: a
valorização do próprio corpo em sua feminilidade ou masculinidade é necessária
para reconhecer-se a si mesmo no encontro com o diferente. Deste modo é
possível aceitar gozosamente o dom específico do outro ou da outra, obra de
Deus criador, e enriquecer-se reciprocamente. Portanto, não é adequada uma
atitude que pretenda 'cancelar a diferença sexual porque já não sabe
confrontar-se com a mesma'”.
O Bispo insistiu também em que “a Igreja acolhe A
todas as pessoas com caridade querendo ajudar A cada um em sua situação com
vísceras de misericórdia, mas sem negar a verdade que prega, que A todos propõe
como um caminho de fé para ser livremente acolhida”.
Confira também:
A resposta exemplar do Arcebispo do México perante
as exigências de uma transexual
Fonte e imagem: ACI Notícias
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