Domingo, 27 de setembro, Missa com o Papa Francisco
no encerramento do VIII Encontro Mundial das Famílias em Filadélfia na qual
estiveram mais de um milhão de fiéis.
O Papa exortou os cristãos e as famílias, em
particular, a abrirem-se aos milagres do amor, acreditando na ação de Deus que
“ultrapassa a burocracia” e os “círculos restritos” e quer que “todos os seus
filhos tomem parte na festa do Evangelho”.
Na sua homilia o Santo Padre realçou, desde logo, a
“linguagem alegórica que nos interpela” nas leituras deste domingo: “na
primeira Leitura, Josué diz a Moisés que dois membros do povo estão a
profetizar, anunciando a palavra de Deus sem qualquer mandato. No Evangelho,
João diz a Jesus que os discípulos impediram uma pessoa de expulsar os
espíritos malignos em nome d’Ele.
E aqui aparece a surpresa – declarou o Santo Padre
– “Moisés e Jesus censuram estes colaboradores por serem de mente tão fechada”:
“Quando nos damos conta disto, podemos entender por
que motivo as palavras de Jesus sobre o escândalo são tão duras. Para Jesus, o
escândalo intolerável consiste em tudo aquilo que destrói e corrompe a nossa
confiança no modo de agir do Espírito.”
A ação de Deus no nosso mundo “ultrapassa a
burocracia, o oficial e os círculos restritos” – salientou o Papa – “Deus quer
que todos os seus filhos tomem parte na festa do Evangelho.”
O Santo Padre afirmou que Jesus nos diz para não
colocarmos obstáculos ao que é bom, mas, pelo contrário, devemos ajudar a
crescer. E essa é a “obra do Espírito” viver a santidade e a felicidade dos
pequenos gestos:
“São gestos de mãe, de avó, de pai, de avô, de
filho. São gestos de ternura, de afeto, de compaixão. Gestos, como o prato
quente de quem espera para jantar, como o café da manhã de quem sabe acompanhar
o levantar na alvorada. São gestos familiares. É a bênção antes de dormir, e o
abraço ao regressar duma jornada de trabalho.”
“O amor exprime-se em pequenas coisas, na atenção
mínima ao quotidiano e que fazem com que a vida tenha sempre sabor de casa. A
fé cresce, quando é vivida e plasmada pelo amor. Por isso, as nossas famílias,
as nossas casas são autênticas igrejas domésticas: são o lugar ideal onde a fé
se torna vida e a vida cresce na fé.”
Segundo o Santo Padre, “Jesus convida-nos a não
obstaculizar estes pequenos gestos miraculosos; antes, quer que os provoquemos,
que os façamos crescer, que acompanhemos a vida como ela se nos apresenta,
ajudando a suscitar todos os pequenos gestos de amor, sinais da sua presença
viva e operante no nosso mundo”.
“Nós, cristãos, discípulos do Senhor, pedimos
às famílias do mundo que nos ajudem. Somos tantos a participar nesta celebração
e isto, em si mesmo, já é algo de profético, uma espécie de milagre no mundo de
hoje que está cansado de inventar novas divisões e desafios. Quem dera que
fôssemos todos profetas!
“Quem dera que cada um de nós se abrisse aos
milagres do amor a bem de todas as famílias do mundo, para assim podermos
superar o escândalo dum amor mesquinho e desconfiado, fechado em si mesmo, sem
paciência com os outros!”
“Deixo-vos uma pergunta: “Na minha casa grita-se ou
fala-se com amor e ternura? É uma boa maneira para medir o nosso amor.”
O Papa Francisco concluiu a sua homilia exortando
os fiéis, e as famílias em particular, a renovarem a sua fé na “palavra do
Senhor”, que convida as nossas famílias para a abertura à profecia e à ação do
Espírito vivo e operante no mundo.
E o Santo Padre concluiu dizendo: “Que Deus nos
conceda a todos, como discípulos do Senhor, a graça de ser dignos desta pureza
de coração que não se escandaliza do Evangelho.”
Fonte e imagem: News.va
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