Cidade do Vaticano (RV) – A recente
viagem a Cuba e aos Estados Unidos foi o tema da Audiência Geral de Francisco
esta quarta-feira (30/09), o primeiro compromisso público do Papa de regresso
ao Vaticano.
Na Praça S. Pedro, cerca de 30 mil fiéis acolheram
calorosamente o Pontífice, que os saudou a bordo do seu papamóvel antes
de pronunciar a sua catequese. O Papa saudou também os doentes que acompanharam
a Audiência na Sala Paulo VI através dos telões.
De modo especial, Francisco agradeceu aos
Presidentes Raúl Castro e Barack Obama e ao Secretário-Geral da ONU, Ban
Ki-moon, pela recepção que lhe reservaram.
Cuba
Recordando a primeira etapa de sua 10ª viagem
internacional, o Papa diz que se apresentou em Cuba como “Missionário da
Misericórdia”. “A misericórdia de Deus é maior do que qualquer ferida, de
qualquer conflito e de qualquer ideologia; e com este olhar de misericórdia,
pude abraçar todo o povo cubano, dentro e fora da pátria.”
Com os cubanos, disse ainda Francisco, pude
compartilhar a esperança do cumprimento da profecia de São João Paulo II: “Que
Cuba se abra ao mundo e o mundo se abra a Cuba”. “Não mais fechamentos, não
mais exploração da pobreza, mas liberdade na dignidade”, pediu o Papa. Este é o
caminho a seguir, acrescentou, buscando força nas raízes cristãs daquele povo
que tanto sofreu. Símbolo desta unidade profunda da alma cubana é a Virgem da
Caridade do Cobre, Padroeira da Nação.
A passagem de Cuba aos Estados Unidos foi
emblemática, disse o Papa, pela ponte que está sendo reconstruída. “Deus sempre
quer construir pontes; somos nós que construímos muros. E os muros caem,
sempre.”
Estados Unidos
Em Washington, citou a canonização do Fr. Junípero
Serra. Em Nova Iorque, recordou a visita à sede central da Organização das
Nações unidas e seu apelo por mais esforços para a proteção do meio ambiente e
contra as violências sofridas em conflitos pela sociedade civil e pelas
minorias étnicas e religiosas.
Francisco citou ainda a oração inter-religiosa pela
paz no Memorial Ground Zero e a missa no Madison Square Garden.
Famílias
O ápice da viagem, disse ele, foi o Encontro
Mundial das Famílias em Filadélfia, onde teve a oportunidade de reiterar que a
família, fundada na aliança entre o homem e a mulher, é a resposta ao grande
desafio do nosso mundo. Desafio que Francisco apontou em dois fenômenos: a
fragmentação e a massificação – dois extremos que convivem e promovem o modelo
econômico consumista.
“A família é a resposta porque é a célula de uma
sociedade que equilibra a dimensão pessoal e aquela comunitária e que, ao mesmo
tempo, pode ser o modelo de uma gestão sustentável dos bens e dos recursos da
criação. A família é o sujeito protagonista de uma ecologia integral.”
Para Francisco, foi providencial que o Encontro
tenha se realizado nos Estados Unidos, o país que no século passado alcançou o
máximo do desenvolvimento econômico e tecnológico, sem renegar as suas raízes
religiosas.
“Agora, essas mesmas raízes pedem para partir
novamente da família para repensar e transformar o modelo de desenvolvimento,
pelo bem de toda a família humana.”
Fiéis brasileiros
Ao saudar os inúmeros grupos na Praça S. Pedro, o
Papa agradeceu a presença dos fiéis brasileiros vindos de São Paulo, Rio de
Janeiro, Itu e Campo Grande.
Fonte e imagem: News.va
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