REDAÇÃO
CENTRAL, 03 Ago. 15 / 10:01 am (ACI).- “A minha vitória vem
da graça de Deus e da minha entrega ao Senhor”. Assim se expressa em entrevista
exclusiva à ACI
Digital a atleta brasileira Juliana Gomes dos Santos, que conquistou o ouro nos
5.000 m, nos Jogos Pan-Americanos, no Canadá, e subiu ao pódio erguendo um
terço.
A competição aconteceu em 21 de julho, no Estádio
de Atletismo da York University e a conquista teve algo de especial para a
atleta, católica e mãe de família, que na ocasião disputou os 5.000 m pela
segunda vez. Juliana venceu com o tempo 15min49s97.
A atleta já havia sido ouro nos 1.500 m no
Pan-Americano do Rio, em 2007, quando também carregou um terço ao subir ao
pódio. “Esta foi a segunda vez que ergui o terço no pódio e nem acreditei que
estava repetindo aquele feito”, declara.
Em entrevista a ACI Digital, Juliana conta que vem
de uma família católica e tem grande devoção por Nossa Senhora. Casada com o
maratonista Marilson Gomes dos Santos e mãe de Miguel, Juliana teve que deixar
pela primeira vez a família no Brasil, quando seguiu para a competição no
Canadá.
“Quando deixei o Miguel, pensei: ‘mãe não foi feita
para se separar do filho’. Por isso, me apeguei ainda mais a Nossa Senhora”.
Por conta do nascimento de Miguel, em 2011, Juliana
ficou de fora do Pan de Guadalajara. Após a gravidez, a atleta diz que pediu
muito a Deus para que ela pudesse voltar ao esporte. “Mas, quando tive que
deixar meu filho, o sentimento que eu tinha era medo. Então, pedi o conforto de
Maria, para que eu tivesse a mesma força que Ela teve ao permanecer de pé
diante da cruz. Pedi que Ela não deixasse eu me perder por causa desse
sentimento”.
“Algumas semanas antes, ganhei uma oração que dizia
‘Maria, nossa Mãe, passa na frente’. Comecei a rezá-la todas as noites”, lembra
a esportista.
Assim, amparada por Nossa Senhora, Juliana fez do
período em que esteve no Pan-Americano dias voltados para Deus. Ela conta que o
local em que estavam alojados era isolado e sem televisão, por isso, seguiu os
conselhos de uma irmã e aproveitou para colocar as orações em dia. A internet
foi sua companheira, por meio da qual acompanhava as Missas, pregações, a
oração do santo terço.
“Até na hora da corrida, parecia que eu não estava
ali, e sim que eu estava sendo guiada. É muito bom sentir como nossas orações
estão sendo ouvidas”, expressa.
Chegando em primeiro lugar na competição, Juliana
não hesitou em erguer o seu terço e expressar sua fé. “A gente precisa ter fé e
proclamar. Alguns ficaram surpresos e questionando como tive coragem. Mas, é a
bandeira que carrego, que trago da minha família”, diz.
“Se estou aqui hoje, é porque Deus permitiu. Vou
continuar se Ele permitir, se não, serei apenas mãe”, declara a atleta.
E, é da família que Juliana demonstra vir sua base.
Ela conta que algumas de suas irmãs são evangélicas e, mesmo com as diferentes
religiões, todos se respeitam na unidade cristã. “É a prova de que Deus é
maior. Estamos sempre orando um pelo outro”, afirmou.
Fato marcante dessa unidade, para a atleta, foi
momentos antes de ir para o Pan-Americano, quando recebeu uma foto de sua
família reunida, de joelhos e com o terço nas mãos, rezando por ela. “Esta é a
maior vitória”, exclama.
A fé é vivida por Juliana em seu dia a dia, não
apenas em momentos específicos ou nas competições. “Meu pai fez a parte dele
nos mostrando o caminho e eu busco fazer o mesmo com meu filho. Levo o Miguel,
ele participa da catequese para sua idade. Busco plantar a semente, vou com meu
esposo nas Missas”.
Ela também procura dar o testemunho em sua
profissão, apesar de encontrar obstáculos. “Se você é evangélico e vai falar de
Deus, parece que te dão mais espaço. Mas, quando diz que é católico, causa mais
espanto, porque parece que o católico é mais reservado”, observa.
Entretanto, com a certeza de que Deus age em sua vida,
Juliana considera necessário “mostrar a fé não só nas tribulações, mas também
nas vitórias”. “É isso que procuro mostrar para as meninas que estão comigo nas
competições”, afirma.
Já de volta ao Brasil, ao lado da família, Juliana
dos Santos disse ao grupo ACI estar muito feliz por viver esse novo momento,
como atleta, medalhista, esposa, mãe e uma mulher que não tem medo de expressar
a fé.
“Deus está no meio de nós. É difícil dizer que
vamos expor nossa fé, erguer o terço. Mas, não podemos ter medo. É Ele quem nos
dá a vitória”, conclui.
Fonte e imagem ACI Notícias
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