APARECIDA, 03 Ago. 15 / 02:00 pm
(ACI).- Como ato conclusivo
da celebração do centenário do genocídio armênio, no Brasil, foi realizada uma Missa, no Santuário Nacional de Aparecida (SP),
no domingo, 2, que contou com a participação de membros de diversas Igrejas
Armênias presentes no país. A celebração recordou as mais de 1,5 milhão de
pessoas que foram mortas nos massacres realizados pelo Império Otomano, entre
1915 e 1923.
A Missa foi presidida pelo Arcebispo de Aparecida,
Cardeal Raymundo Damasceno Assis. Estiveram presentes o embaixador da República
de Armênia, H.E. Mr. Ashot Galoyan, a Cônsul honorária da República de Armênia
em São Paulo, Ms. Hilda Diruhi Burmaian, o representante da Igreja
Apostólica Armênia do Brasil, Dom Nareg Berberian, o Bispo da Igreja Armênia
Católica, Dom Vartan Waldir Boghossian, o padre Der Boghos Baronian e o
Presbitero Vartan Moumdjian. A celebração ocorreu no altar central da Basílica.
Em sua homilia, Dom Damasceno definiu esse
acontecimento histórico como "trágico" por ceifar a vida
de tantas pessoas indefesas.
“Nessa celebração, queremos recordar com nossos
queridos irmãos armênios que vivem no Brasil e representados pelos seus
concidadãos, presentes hoje no Santuário Nacional, o centenário do Genocídio
Armênio. Esse trágico acontecimento, considerado o primeiro genocídio do século
XX, nos anos de 1915 e 1923, perpetrado pelo Império Otomano, resultou na morte
de um milhão e meio de vítimas, entre bispos,
sacerdotes, religiosos, homens, mulheres, idosos, crianças e doentes
indefesos”, relatou.
O Cardeal recordou ainda que a Armênia “foi o
primeiro país a adotar o cristianismo como religião de Estado, no ano de 301,
depois de Cristo” e que este povo possui “uma grande identificação com a fé
cristã”.
O Arcebispo de Aparecida destacou ainda que a
celebração do centenário não quis apenas recordar as milhares de vítimas, mas
também foi um convite para “rezar por suas almas e pedir a Deus, por
intercessão de Nossa Senhora Aparecida e do bispo mártir do
genocídio armênio, o beato dom Inácio Maloyan, por aqueles e por aquelas que
ainda hoje são por causa de sua fé em Cristo ou da sua pertença étnica,
assassinados, decapitados, crucificados, queimados vivos ou então forçados a
abandonar suas terras”.
Na página dedicada ao Centenário do Genocídio
Armênio no Brasil, no Facebook (https://www.facebook.com/pages/Centen%C3%A1rio-do-Genoc%C3%ADdio-Armenio-Brasil/653146188129650),
seus editores expressam o agradecimento a Dom Damasceno, aos representantes do
consulado e da Igreja Apostólica Armênia. “Sentimo-nos em casa e na companhia
da Mãe Nossa Senhora Aparecida”, escreveram.
O genocídio armênio é conhecido como o assassinato
de um milhão e meio de cristãos armênios pelos turcos, entre 1915 e 1923. No
dia 24 de abril, recordou-se os 100 anos do início do massacre, pois foi nesta
data em 1915, que as autoridades turcas prenderam 235 membros da comunidade de
armênios em Istambul; dias depois a cifra de prisioneiros subiu para 600. Posteriormente,
uma ordem do governo central decretou a deportação de toda a população armênia,
sem a possibilidade de obter os meios para a subsistência ao longo do caminho.
Eles foram forçados a caminhar centenas de quilômetros, enfrentando zonas
desérticas, a fome, a sede e enfrentamentos com salteadores, o que levou a
grande maioria à morte.
Até a data a Turquia se recusa a reconhecer o fato
como genocídio.
Fonte e imagem ACI Notícias
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