WASHINGTON DC, 04 Ago. 15 / 12:30 pm (ACI).- O Cardeal Gerhard Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé,
falou firmemente contra os intentos por adaptar os ensinos da Igreja
a estilos de vida pagãos que se difundem na sociedade de hoje,
pois introduz a arbitrariedade e o subjetivismo.
Numa entrevista ao jornal Católico ‘Die Tagespost’,
no dia 6 de junho, o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé explicou que
colocar "qualquer forma de vida" ao mesmo nível das escrituras e da
tradição "não é mais do que a introdução do subjetivismo e arbitrariedade
embrulhados numa terminologia religiosa sentimental."
Os comentários do cardeal foram em parte vistos
como uma crítica ao recente "concílio sombra" em que Bispos
e especialistas da Alemanha, França e Suíça se encontraram em Roma, no dia 25
de maio, para discutir como a Igreja poderia adaptar a sua pastoral às
experiências de vida dos dias de hoje, especialmente no que toca à ética
sexual.
Segundo o site austríaco Kath.net, o Bispo de
Osnabrück (Alemanha), Dom Fraz-Josef Bode, participante nesse encontro e um dos
representantes do episcopado alemão no próximo Sínodo da Família, disse à
imprensa que “as ‘formas de vida’ das pessoas deviam ser uma fonte de informação
para as verdades morais e dogmáticas”.
Entretanto, o Cardeal Müller assinalou que estas
"formas de vida" podem muitas vezes ser altamente pagãs e que a fé
não pode ser resultado de um acordo entre ideias cristãs, princípios abstratos
e a prática de experiências de vida pagãs.
Ele acrescentou que Roma vai apoiar a liberdade e
responsabilidade dos Bispos, mas que isto vai ser ameaçado por "nostalgias
de Igrejas nacionais e pela discussão sobre a aceitação de aspectos
sociais."
O Cardeal alemão também disse que o Papa Francisco
convidou cada bispo no Sínodo de Outubro como "testemunha e mestre da fé
revelada”.
Sobre a controversa reunião privada realizada em
Roma, o Cardeal disse que está certo trocar informações sobre qualquer assunto
importante. Mas, acrescentou que não se pode controlar a verdade. Se este
princípio fosse adotado e considerado verdade pela Igreja, levando-a a tomar
decisões com base na opinião pública, a Igreja seria "abanada até às suas
fundações", advertiu
O Cardeal Müller recordou que a Igreja Católica é
mãe e mestra de todas as igrejas, é quem ensina e não quem é ensinada.
"Ela não precisa de ninguém para lhe ensinar a fé verdadeira, porque é
nela que a tradição apostólica tem estado fielmente guardada e onde será sempre
preservada."
Dignidade do matrimônio cristão
Junto à defesa que o Cardeal Müller fez da doutrina
católica, o Cardeal Ennio Antonelli, Presidente Emérito do Pontifício Conselho
para a Família, publicou o documento “Crise do matrimônio e da Eucaristia”, no qual oferece sua contribuição ao
próximo Sínodo dos Bispos, a ser realizado no mês de outubro e analisará
diferentes temas, tal como a comunhão aos divorciados em nova união.
Assim, este documento é a reposta do Cardeal diante
da proposta de alguns cardeais, como por exemplo o alemão Walter
Kasper. Ele não foi mencionado no texto, mas há algum tempo promove que o
Vaticano modifique os ensinamentos da Igreja, para que seja permitida a
comunhão dos divorciados em nova união.
“O matrimônio sacramental, rato e consumado, é
indissolúvel por vontade de Jesus Cristo. A separação dos cônjuges é contrária
à vontade de Deus”, recordou o Cardeal Antonelli.
Por isso, “a nova união de um cônjuge separado é
ilegítima e constitui uma grave desordem moral permanente; cria uma situação
que contradiz objetivamente a aliança nupcial de Cristo com a Igreja, que tem
seu significado e atuação na Eucaristia”.
Por esta razão, indicou o Cardeal, “as pessoas
divorciadas que se casaram novamente no civil não podem receber a Comunhão
Eucarística, principalmente por um motivo teológico e também por um motivo de
ordem pastoral”.
“Se fosse permitida a Comunhão aos divorciados em
nova união, os fiéis seriam induzidos ao engano e confusão a respeito da
doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio”, indicou o Cardeal
e recordou ainda que estas pessoas devem ser acolhidas pastoralmente para que
saibam que apesar de sua situação irregular, continuam fazendo parte da Igreja.
Font e e imagem ACI Notícias
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