Não goste, ame! Pois somente o AMOR é capaz de construir o mundo. (Antonio Luiz Macêdo)..

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

ECUMÊNICO E A UNIDADE DOS CRISTÃOS



INTELIGENTES E ECUMÊNICOS
Encantam-me os teólogos. Há padres e pastores, doutores em Teologia. Não sou um deles. Deus me deu o dom de comunicar  razoavelmente bem e acabei enveredando pela Ciência da Comunicação que tem sido uma das minhas ocupações como sacerdote nesses últimos 40 anos. Mas esta semana fiz uma prece a Jesus para que tocasse algum doutor em Comunicação, dos poucos mas excelentes que temos, para que, à semelhança do excelente teólogo evangélico suíço Karl Barth,  escrevesse um livro Fé em busca de Comunicação. 

Nos evangélicos Karl Barth, Rudolf Bultmann, e nos católicos Hans Urs von Balthazar, Karl Rahner, percebe-se um sadio ecumenismo, feito de respeito face ás diferenças e de afeto fraterno ante as semelhanças. Tinham a coragem de discordar, mas um respeitava a busca e a procura do outro. Com mais de 500 obras Karl Barth se debruça no seu livro Fé em Busca de Compreensão, que reputa fundamental na sua vida. Nele o autor evangélico analisa o Santo pensador Anselmo de Cantuária (1033-1109) e o destrincha, tomado de admiração por esse bispo católico. Hans Urs von Balthazar, católico, ele mesmo um grande escritor e teólogo,  se confessa leitor e admirador de seu irmão evangélico. Trocam idéias e gestos fraternos. Barth sabe que seu grande amigo e filósofo Heinrich Scholz  pensa diferente e espera objeção dele, mas leva os leitores e esperarem um livro do lúcido pensador que talvez até escrevesse contra as suas ideias. 

Era ecumenismo da melhor qualidade! Isso, entre os anos 1930-1966. Coerente, combateu o nazismo e o fascismo, o comunismo e o capitalismo; foi exilado, mas em nenhum momento deixou de comunicar teologia e de dialogar com irmãos dos mais diversos credos. 

É por isso que pedi ao Senhor que inspirasse algum dos nossos cultos e lúcidos doutores em teologia, sociologia e comunicação para que analisassem essa fúria autofágica e destrutiva dos grupos cristãos de hoje que, cheios de poder e de instrumentos de comunicação, atingem milhões de pessoas, mas não para aproximá-las dos irmãos de outra fé. Antes, isolam-nas!  Que estão comunicando, percebe-se! Mas o quê?  Com que conteúdo? Com que finalidade? Com que caridade? Com que disposição para diálogo fraterno?

 O belíssimo livro do evangélico Karl Barth sobre um santo católico de muito antes de Reforma; seus diálogos com outros teólogos que dele discordavam, mas que o respeitavam e por ele eram respeitados, mostram o alto nível dos pensadores daqueles dias de guerra e terror na Europa.  Vários deles falaram claro, como cristãos. Arriscaram a vida com a sua teologia. Um apoiava o outro e juntos defendiam a vida e o direito à liberdade. Eram libertadores. Não tinham nem rádio nem televisão às mãos, e pouca gente sabe o quanto eles quiseram  caminhar juntos em Cristo.

 Recomendo a quem ainda não o leu. Karl Barth esposou o lema de Anselmo: Credo ut intelligam. Deveríamos todos fazer o mesmo: crer para entender. Como está, o que mais se percebe é o oposto. Pregadores de agora já têm tanta certeza que até marcam hora para ressurreições e milagres nos seus templos. Dispensam o diálogo e o desejo de entender a própria fé e menos ainda, a dos outros. Enquanto Barth se abriu num meio fechado, milhares de pregadores de agora fecharam-se nos seus meios abertos!… Que pena!

#UmSóPastor
Ecumênico

Fonte: Site do Padre Zezinho
Imagem Google

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