A NATUREZA DA ESPIRITUALIDADE ECUMÊNICA
As iniciativas ecumênicas que se concentram na
espiritualidade não se propõe tratar das questões técnicas do ecumenismo, nem
fazer análises ou discussões ecumênicas. Visam, sobretudo, partilhar uma comum
experiência da fé, buscando alargar as possibilidades de comunhão que tenham na
oração a sua fonte e o seu alimento. São iniciativas ainda pouco exploradas,
mas certamente as mais profundas e mais promissoras das experiências ecumênicas
realizadas, por possibilitarem mais do que outras uma real comunhão de sentimentos,
de projetos, de vida. Elas criam um «lugar interior» comum, onde cada fiel
encontra-se com o outro e com Deus, de modo que as experiências ecumênicas que
configuram a espiritualidade dos que delas participam são os principais
estímulos à busca da unidade.
Isso faz com que seja a espiritualidade ecumênica o
elemento que permite compreender que as divisões atingem mais os aspectos
acidentais e estruturais na Igreja, no que se refere à sua manifestação
visível, estruturas de organização e estruturas doutrinárias. Mas em sua
essência a Igreja continua una. Por isso o movimento ecumênico é um processo
espiritual que possibilita ver que a Igreja em sua realidade mais profunda
mantém a unidade e unicidade que Cristo lhe deu. O ecumenismo é um processo espiritual
no sentido de estar aberto à inspiração do Espírito Santo que reconcilia e
reúne todos os cristãos no Corpo de Cristo. Nesse processo, a espiritualidade é
um elemento essencial, mais do que um horizonte ou dimensão.
Enfim, dentre as características principais da
espiritualidade ecumênica temos: trinitária – a fonte da espiritualidade é a
Trindade, cujo amor do Pai permite ao Filho que nos dê o seu Espírito da
unidade. É Cristo quem atua, pelo seu Espírito, no seio da Igreja para levá-la
à comunhão com o Pai; ato de fé – a espiritualidade é uma atitude de confiança
no projeto unificador que Deus tem para a Igreja e para a humanidade como um
todo. O fiel crê que Deus possibilitará a unidade; ato de conversão – não há
unidade sem conversão interior, arrependimento comum e mudança do comportamento
que dificultam a comunhão. A espiritualidade ecumênica exige a kênonis, a
capacidade de esvaziar-se da discórdia, dos rancores e demais motivos de
divisão; ato de sacrifício – o desejo de unidade é um projeto, um dom mas
também uma tarefa, que exige dedicação, compromisso, sacrifício; ato de
profecia – a espiritualidade ecumênica possibilita discernir entre os sinais
que conduzem à comunhão e aqueles que a obstaculizam. Ela apresenta o agir
ecumênico como um agir profético, proclamando com convicção que a comunhão é o
plano de Deus para a sua Igreja
#UmSóPastor
Ecumênico
Fonte:
CNBB
Imagem
Google
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