SANTIAGO DE CUBA, 22 Set. 15 / 02:20 pm
(ACI).- O último evento do
Papa Francisco em Cuba foi um singelo encontro com as famílias na Catedral de
Nossa Senhora da Assunção, em Santiago de Cuba. Em seu discurso, o Papa
Francisco recordou que não há famílias perfeitas, mas a melhor herança que
podemos deixar é “um mundo com famílias”.
“Discute-se muito sobre o futuro, sobre o tipo de
mundo que queremos deixar aos nossos filhos, que sociedade queremos para eles.
Creio que uma das respostas possíveis se encontra pondo o olhar em vós:
deixemos um mundo com famílias”.
O Papa Francisco falou de sua experiência como
Arcebispo de Buenos Aires e como filho. Recordou que “não existe a família
perfeita, não existem maridos perfeitos, pais perfeitos nem filhos perfeitos e,
se não se zangam, eu diria sogras perfeitas”.
“Mas isso não impede que sejam a resposta para o
amanhã. Deus incentiva-nos ao amor, e o amor sempre se compromete com as
pessoas que ama”, sublinhou e pediu que “portanto, cuidemos das nossas
famílias, verdadeiras escolas do amanhã”.
“Cuidemos das nossas famílias, verdadeiros espaços
de liberdade. Cuidemos das nossas famílias, verdadeiros centros de humanidade”,
indicou.
Francisco recordou que “Jesus começa a sua vida
no interior de uma família, no seio de um lar” e “é em casa onde aprendemos a
fraternidade, a solidariedade, o não ser prepotentes. É em casa onde aprendemos
a receber e agradecer a vida como uma bênção, e aprendemos que cada um precisa
dos outros para seguir em frente”.
“É em casa onde experimentamos o perdão, e somos
continuamente convidados a perdoar, a deixarmo-nos transformar. Em casa, não há
lugar para ‘máscaras’: somos aquilo que somos e, de uma forma ou de outra,
somos convidados a procurar o melhor para os outros”.
Francisco lamentou que “em muitas culturas, hoje em
dia, vão desaparecendo estes espaços, vão desaparecendo estes momentos
familiares; pouco a pouco, tudo leva a separar-se, a isolar-se; escasseiam os
momentos em comum, para estar juntos, para estar em família”.
“Assim não se sabe esperar, não se sabe pedir
licença ou desculpa, nem dizer obrigado, porque a casa vai ficando vazia, não
de gente, mas sim de pais, filhos, netos, avós, irmãos, vazia de relações,
vazia de contatos, vazia de encontros”.
O Santo Padre sublinhou que “a família é escola de
humanidade, que ensina a pôr o coração aberto às necessidades dos outros, a
estar atento à vida dos demais”.
O Papa destacou que, apesar das dificuldades que
afligem atualmente as famílias, estas “as famílias não são um problema, são
sobretudo uma oportunidade; uma oportunidade que temos de cuidar, proteger,
acompanhar”.
O Santo Padre agradeceu os cubanos “, por me terdes
feito sentir todos estes dias em família, por me terdes feito sentir em casa.
Obrigado!”.
Francisco recordou que “a Eucaristia é a ceia da família de Jesus, que, de
um extremo ao outro da terra, se reúne para escutar a sua Palavra e
alimentar-se com o seu Corpo”.
O Santo Padre assinalou também que em sua visita
aos Estados Unidos participará “juntamente com famílias do mundo inteiro no
Encontro Mundial das Famílias e, dentro de um mês, no Sínodo dos Bispos,
cujo tema é a família”.
“Convido-vos a rezar especialmente por estas duas
intenções, para que saibamos todos juntos ajudar-nos a cuidar da família, para
que saibamos cada vez mais descobrir o Emanuel, o Deus que vive no meio do seu
povo fazendo das famílias a sua morada. Conto com a oração de vocês. Obrigado”,
concluiu.
Uma vez fora da Catedral de Santiago de Cuba, o
Papa reiterou sua saudação e agradecimento ao povo cubano e pediu que “não
descuidemos dos avós” nem das crianças e jovens, “que são a força de um povo”.
Previamente, o Papa escutou o Arcebispo de Santiago
de Cuba, Dom Dionisio Guillermo García lbáñez, que destacou a presença de
famílias “de todas as províncias do país e de fora da pátria”.
“A família é a instituição mais valorizada pelos
cubanos e, precisamente por isso, é a que mais preocupa devido a tantos fatores
que atentam contra sua unidade, seu bem-estar, seu significado e o sentido do
matrimônio na sociedade atual”, destacou o Prelado.
Em seguida, um casal cubano pediu sua oração pelas
famílias, “para que possamos levar adiante nossa missão de Igrejas domésticas
onde se aprenda a amar sem precisar ter um motivo para isso, a nos respeitar os
uns aos outros tendo em conta as legítimas diferenças que nos enriquecem, a
apoiar e potencializar a realização das aspirações de cada um de seus membros e
assim todos crescerem como pessoas, a ter a capacidade de perdoar e reconciliar
para ser instrumentos de paz e misericórdia no seio da família e a sociedade”.
Confira também:
Papa Francisco desafia Cuba a viver a “revolução da
ternura” como a Virgem Maria
Fonte e imagem: ACI Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário