Após um voo de quase 12 horas, o Papa chegou a
Havana na tarde deste sábado (19/9), por volta das 15h50. Francisco foi
recebido pelo Presidente Raúl Castro a quem fez um pedido:
“Queria pedir-lhe, Senhor Presidente, para
transmitir os meus sentimentos de especial consideração e respeito ao seu irmão
Fidel”.
Raúl, por sua vez, disse que o embargo económico é
"cruel, ilegal e imoral" e que a base de Guantánamo deve ser
devolvida a Cuba.
Durante a sua permanência em Havana, Francisco irá
até a casa de Fidel Castro, antecipou o responsável pela organização da viagem
papal, Alberto Gasbarri.
A seguir, o Papa recordou que neste ano o
estabelecimento das relações diplomáticas entre a Santa Sé e Cuba completa 80
anos. Lembrou também as visitas a Cuba de São João Paulo II, em 1998 e de Bento
XVI, em 2012.
“Sei que essas lembranças despertam gratidão e
afecto no povo e nas autoridades de Cuba. Hoje renovamos estes laços de
cooperação e amizade, para que a Igreja continue a acompanhar e encorajar o
povo cubano nas suas esperanças e preocupações, com liberdade e com os meios e
espaços necessários para levar o anúncio do Reino até às periferias
existenciais da sociedade”.
Francisco destacou ainda que a sua Viagem
Apostólica coincide com os 100 anos da declaração de Nossa Senhora da Caridade
do Cobre como Padroeira de Cuba.
“Foram os veteranos da Guerra da Independência que,
movidos por sentimentos de fé e patriotismo, pediram que a Virgem mambisa
[cubana] fosse a padroeira de Cuba enquanto nação livre e soberana. Desde
então, Ela acompanhou a história do povo cubano, sustentando a esperança que preserva
a dignidade das pessoas nas situações mais difíceis e defendendo a promoção de
tudo o que dignifica o ser humano. A sua devoção crescente é um testemunho
visível da presença da Virgem Maria na alma do povo cubano”.
“Durante estes dias, terei oportunidade de ir ao
Santuário do Cobre, como filho e peregrino, rezar à nossa Mãe por todos os seus
filhos cubanos e por esta amada nação, para que caminhe por sendas de justiça,
paz, liberdade e reconciliação”.
Ao citar a posição geográfica estratégica de Cuba,
Francisco considerou que o arquipélago “abre para todas as rotas, possuindo um
valor extraordinário de ‘chave’ entre norte e sul, entre leste e oeste. A sua
vocação natural é ser ponto de encontro para que todos os povos se reúnam na
amizade”, destacou o Pontífice.
Aqui, o Papa recordou a recente retomada das
relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos. “É um sinal da vitória da
cultura do encontro, do diálogo, do ‘sistema da valorização universal (…) sobre
o sistema, morto para sempre, de dinastia e de grupos’, afirmou o Papa ao citar
o poeta cubano José Martí.
E concluiu dizendo: “Encorajo os responsáveis
políticos a prosseguir por este caminho e a desenvolver todas as suas
potencialidades, como prova do alto serviço que são chamados a prestar em favor
da paz e do bem-estar dos seus povos, de toda a América, e como exemplo de
reconciliação para o mundo inteiro”.
Fonte e imagem: News.va
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