A presença de um amigo torna até o sofrimento
suportável e uma fonte crescimento e maturação
Todo ser humano, em alguns determinados momentos de
sua história, acaba se percebendo frágil e diante de notórias dificuldades.
Isso é comum e próprio de qualquer experiência da existência humana. Contudo,
também é verdade que, em momentos de ausência e fragilidade, algumas
específicas presenças podem nos trazer um conforto único e todo especial para o
coração.
Nossas dores são agravadas não tanto pela
intensidade e frequência com que acontecem, mas sim pela ausência de pessoas
que nos amparem e sustentem nesses momentos específicos de sofrimento. Não são
tanto os problemas que realizam o ofício de nos destruir, mas sim a ausência de
apoio e motivação diante deles, ou seja, a ausência de sadias e confortadoras
presenças a nos encorajar diante dos obstáculos apresentados a nós pelas
circunstâncias.
Quão bem faz ao coração o olhar e a presença de um
amigo diante de um momento de dor! Mesmo que
ele nada diga, apenas o olhar de quem nos ama já tem o poder comunicar a força
de que necessitamos para a superação. Nesse encontro (amizade) as dores ganham
um novo sentido e o vazio é revestido por vida e presença.
Sem dúvida alguma, a experiência de interação e da
sincera amizade é necessária e recomendável à saúde emocional de qualquer
pessoa. O próprio Jesus fez questão de ter amigos e de cultivar intensamente
Suas amizades, assim revelando a importância dessa realidade.
Em Seus principais momentos junto a nós, tanto nos
de alegria como nos de tristeza, Cristo teve amigos fiéis ao Seu lado com quais
pôde repartir o que vivenciava. Pessoas que se tornaram as depositárias de Seus
silenciosos e profundos segredos de amor, os quais foram posteriormente a nós
revelados por elas.
É preciso descobrir e cultivar a amizade, mesmo
diante de desencontros e diferenças, pois essa bela experiência tem a força de
nos libertar do egoísmo e nos completar de forma extremamente realizadora e significativa.
A palavra do amigo descomplica nossas agitações, de
forma a desmistificar nossos fantasmas e a revelar a inverdade dos medos e
ilusões que insistimos em fabricar. A presença dele torna até o sofrimento
suportável e uma fonte crescimento e maturação. O seu olhar tem o poder
destruir o mal em nós, fazendo nascer em nosso coração uma singela esperança.
Quando não temos amigos com os quais partilhar o
que somos e experienciamos, tudo acaba se tornando mais confuso e pesado para
nós. A verdadeira amizade nos dá possibilidade de termos fardos mais leves
quando os partilhamos com pessoas que nos conhecem e com as quais não
precisamos constantemente nos justificar.
Precisamos viver sem receio essa rica e profunda
experiência. Contudo, não devemos eleger como “amigos” aqueles que, de fato,
não o são e que não nos levam para o bem, pois, desse modo, colheremos a
decepção e a insatisfação como fruto dessa irrefletida escolha.
É preciso assumir na própria história os amigos que
verdadeiramente são amigos estabelecendo com eles uma profunda interação, na qual se dá e se recebe, na qual falamos o que sentimos e também
somos capazes de escutar. Assim nossa vida será mais completa e as dores mais
fáceis de ser enfrentadas e superadas, pois toda a ausência presente em nosso
ser poderá ser perenemente preenchida e acompanhada por olhares que nos
compreendem e que escolheram em nós acreditar.
Vivamos sem medo essa linda experiência!
Fonte
e imagem: Canção Nova
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