Não goste, ame! Pois somente o AMOR é capaz de construir o mundo. (Antonio Luiz Macêdo)..

quarta-feira, 22 de julho de 2015

FORMAÇÃO: O olhar do amigo destrói o mal dentro de nós



A presença de um amigo torna até o sofrimento suportável e uma fonte crescimento e maturação

Todo ser humano, em alguns determinados momentos de sua história, acaba se percebendo frágil e diante de notórias dificuldades. Isso é comum e próprio de qualquer experiência da existência humana. Contudo, também é verdade que, em momentos de ausência e fragilidade, algumas específicas presenças podem nos trazer um conforto único e todo especial para o coração.

Nossas dores são agravadas não tanto pela intensidade e frequência com que acontecem, mas sim pela ausência de pessoas que nos amparem e sustentem nesses momentos específicos de sofrimento. Não são tanto os problemas que realizam o ofício de nos destruir, mas sim a ausência de apoio e motivação diante deles, ou seja, a ausência de sadias e confortadoras presenças a nos encorajar diante dos obstáculos apresentados a nós pelas circunstâncias.

Quão bem faz ao coração o olhar e a presença de um amigo diante de um momento de dor! Mesmo que ele nada diga, apenas o olhar de quem nos ama já tem o poder comunicar a força de que necessitamos para a superação. Nesse encontro (amizade) as dores ganham um novo sentido e o vazio é revestido por vida e presença.

Sem dúvida alguma, a experiência de interação e da sincera amizade é necessária e recomendável à saúde emocional de qualquer pessoa. O próprio Jesus fez questão de ter amigos e de cultivar intensamente Suas amizades, assim revelando a importância dessa realidade.

Em Seus principais momentos junto a nós, tanto nos de alegria como nos de tristeza, Cristo teve amigos fiéis ao Seu lado com quais pôde repartir o que vivenciava. Pessoas que se tornaram as depositárias de Seus silenciosos e profundos segredos de amor, os quais foram posteriormente a nós revelados por elas.

É preciso descobrir e cultivar a amizade, mesmo diante de desencontros e diferenças, pois essa bela experiência tem a força de nos libertar do egoísmo e nos completar de forma extremamente realizadora e significativa.

A palavra do amigo descomplica nossas agitações, de forma a desmistificar nossos fantasmas e a revelar a inverdade dos medos e ilusões que insistimos em fabricar. A presença dele torna até o sofrimento suportável e uma fonte crescimento e maturação. O seu olhar tem o poder destruir o mal em nós, fazendo nascer em nosso coração uma singela esperança.

Quando não temos amigos com os quais partilhar o que somos e experienciamos, tudo acaba se tornando mais confuso e pesado para nós. A verdadeira amizade nos dá possibilidade de termos fardos mais leves quando os partilhamos com pessoas que nos conhecem e com as quais não precisamos constantemente nos justificar.

Precisamos viver sem receio essa rica e profunda experiência. Contudo, não devemos eleger como “amigos” aqueles que, de fato, não o são e que não nos levam para o bem, pois, desse modo, colheremos a decepção e a insatisfação como fruto dessa irrefletida escolha.

É preciso assumir na própria história os amigos que verdadeiramente são amigos estabelecendo com eles uma profunda interação, na qual se dá e se recebe, na qual falamos o que sentimos e também somos capazes de escutar. Assim nossa vida será mais completa e as dores mais fáceis de ser enfrentadas e superadas, pois toda a ausência presente em nosso ser poderá ser perenemente preenchida e acompanhada por olhares que nos compreendem e que escolheram em nós acreditar.

Vivamos sem medo essa linda experiência!

Padre Adriano Zandoná
Fonte e imagem: Canção Nova

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