Cidade do Vaticano (RV) – “Ensinar
a oração, orando; anunciar a fé, acreditando; testemunhar, vivendo!” Foi o que
pediu Francisco aos Arcebispos Metropolitanos que na Solenidade dos Santos
Apóstolos Pedro e Paulo receberam o pálio das mãos do Papa. A missa foi
celebrada na manhã desta segunda-feira (29/06), na Basílica Vaticana.
Concelebraram com o Pontífice mais de 40 Arcebispos,
de todo o mundo, entre os quais o Arcebispo de Curitiba, no Paraná, Dom José
Antônio Peruzzi. Estava presente também a delegação do Patriarcado Ortodoxo de
Constantinopla, que o Papa saudou logo no início da cerimônia.
Novidade
A celebração deste ano teve uma novidade: a
faixa de lã branca foi entregue e não colocada pelo Santo Padre. A imposição do
Pálio será feita pelo Núncio Apostólico, nas respectivas Arquidioceses de
origem. O significado desta alteração é colocar em maior evidência a relação
dos Arcebispos com a sua Igreja local e, assim, dar também a possibilidade a
mais fiéis de estarem presentes neste rito.
Homilia
Em sua homilia, comentando as leituras do dia, o
Papa destacou a coragem dos Apóstolos e da primeira comunidade cristã de levar
avante a obra de evangelização, sem medo da morte nem do martírio. Esta
coragem, frisou Francisco, é um forte apelo à oração, à fé e ao testemunho.
Apelo à oração
“A comunidade de Pedro e Paulo ensina-nos que uma
Igreja em oração é uma Igreja de pé, sólida, em caminho!”, disse. Na verdade,
um cristão que reza é um cristão protegido, mas sobretudo não está sozinho.
“Nenhuma comunidade cristã pode prosseguir sem o apoio da oração perseverante!
A oração é o encontro com Deus, que jamais desilude.”
A primeira leitura fala do aparecimento de um anjo
que inunda a masmorra de Pedro de luz. “Quantos anjos coloca Ele no nosso
caminho, mas nós, dominados pelo medo ou a incredulidade ou então pela euforia,
deixamo-los fora da porta”, acrescentou o Papa.
Apelo à fé
o Pontífice prosseguiu dizendo que Deus não tira os
seus filhos do mundo ou do mal, mas dá-lhes a força para vencê-los. E falou das
forças que tentaram – e ainda tentam – aniquilar a Igreja com inúmeras
tempestades e os nossos muitos pecados. Não obstante, a Igreja permanece viva e
fecunda. “Inexplicavelmente, permanece firme.”
Tudo passa, só Deus resta. “Na verdade, passaram
reinos, povos, culturas, nações, ideologias, mas a Igreja, fundada sobre
Cristo, permanece fiel ao depósito da fé, porque a Igreja não é dos Papas, dos
Bispos, dos padres e nem mesmo dos fiéis; é só e unicamente de Cristo.”
Apelo ao testemunho
Por fim, o Papa faz um apelo ao testemunho, a
exemplo de Pedro e Paulo.
“Uma Igreja ou um cristão sem testemunho é estéril;
um morto que pensa estar vivo; uma árvore ressequida que não dá fruto; um poço
seco que não dá água! A Igreja venceu o mal, através do testemunho corajoso,
concreto e humilde dos seus filhos.”
Apelo aos Arcebispos
“Amados Arcebispos que hoje recebestes o pálio!
Este é o sinal que representa a ovelha que o pastor carrega aos seus ombros
como Cristo, Bom Pastor”, disse o Papa, sublinhando o que a Igreja quer deles:
“A Igreja quer-vos homens de oração, mestres de
oração”: que ensinam ao povo que a libertação de todas as prisões é apenas obra
de Deus e fruto da oração; que Deus, no momento oportuno, envia o seu anjo para
nos salvar das muitas escravidões e das inúmeras cadeias mundanas. "E sede
vós também, para os mais necessitados, anjos e mensageiros da caridade!"
“A Igreja quer-vos homens de fé, mestres de fé: que
ensinem os fiéis a não terem medo de tantos Herodes que afligem com
perseguições, com cruzes de todo o gênero. Nenhum Herodes é capaz de apagar a
luz da esperança daquele que crê em Cristo!”
“A Igreja quer-vos homens de testemunho: Não há
testemunho sem uma vida coerente! Hoje sente-se necessidade não tanto de
mestres, mas de testemunhas corajosas, que não se envergonham do Nome de Cristo
e da sua Cruz perante as potências deste mundo.”
O motivo é muito simples, disse Francisco: “O
testemunho mais eficaz e mais autêntico é aquele que não contradiz, com o
comportamento e a vida, aquilo que se prega com a palavra. Ensinar a oração,
orando; anunciar a fé, acreditando; testemunhar, vivendo!”
Fonte: News.va
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