Cidade do Vaticano (RV) – As
pessoas sabem quando um pastor tem a coerência que lhe dá autoridade. É uma das
passagens da homilia de Francisco na missa da manhã desta quinta-feira, (25/06)
na Casa Santa Marta, toda focada na distinção entre os verdadeiros pregadores
do Evangelho e os “pseudoprofetas”.
O povo segue admirando Jesus porque Ele ensina como
alguém que tem autoridade e não como os escribas. O Papa Francisco desenvolveu
a sua homilia partindo do Evangelho de hoje e observou imediatamente que as
pessoas percebem, sabem “quando um sacerdote, um bispo, um catequista, um
cristão possui a coerência que lhe dá autoridade”. Jesus, disse o Papa,
“adverte seus discípulos” para estarem atentos aos “falsos profetas”. Em
seguida, ele explica como discernir “onde estão os verdadeiros profetas e onde
estão os pseudoprofetas”, “onde estão os verdadeiros pregadores do Evangelho e
onde estão aqueles que pregam um Evangelho que não é Evangelho”.
Falar, fazer, ouvir
Há três palavras-chave para compreender isto, disse
o Papa: “falar, fazer, e ouvir”. Antes de tudo, retomou a advertência de Jesus:
“Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos Céus”:
“Esses falam, fazem, mas lhes falta outra atitude,
que é a base, que é o próprio fundamento do falar, do fazer: a eles falta o
ouvir. Por isso, continua Jesus: “Aquele que ouve estas minhas palavras e as
põe em prática”: o binômio falar-fazer não é suficiente ... Nos engana, tantas
vezes nos engana. E Jesus muda e diz: o binômio é outro, ouvir e fazer, colocar
em prática: ‘quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática será
semelhante a um homem sábio que edificou a sua casa sobre a rocha”.
Cuidar-se dos “pseudoprofetas”.
Em vez disso, prosseguiu, “aquele que ouve as
palavras, mas não as faz suas, as deixa passar, isto é, não ouve seriamente e
não as põe em prática, será como aquele que constrói sobre a areia”. E, disse,
“sabemos bem o resultado”:
“Quando Jesus adverte as pessoas para tomarem
cuidado com os pseudoprofetas, Ele diz: ‘É pelos seus frutos que os
reconhecereis’. Portanto, de seus comportamentos: muitas palavras, falam, fazem
prodígios, fazem coisas grandes, mas não têm o coração aberto para ouvir a
Palavra de Deus, têm medo do silêncio da Palavra de Deus e estes são os
‘pseudocristãos’, os ‘pseudopastores’. É verdade, fazem coisas boas, mas lhes
falta a rocha”.
Os pastores mundanos falam muito e ouvem pouco
“Falta-lhes a rocha do amor de Deus, a rocha da
Palavra de Deus. Sem esta rocha não podem profetizar, não podem construir:
fazem de conta, porque no final tudo desaba”, disse o Papa. “São os
pseudopastores, os pastores mundanos, os pastores ou cristãos que falam muito,
que têm medo do silêncio, talvez fazem muito, mas são incapazes de construir
dessa escuta, fazem a partir do que falam, não de Deus.”
“Recordamos estas três palavras, são um sinal:
fazer, ouvir e falar. Uma pessoa que fala e faz, somente, não é um verdadeiro
profeta, não é um verdadeiro cristão, e no final tudo irá desabar: não está
fundamentada na rocha do amor de Deus, não é firme como a rocha. Uma pessoa que
sabe ouvir e depois de ouvir faz, com a força da palavra de outro, não da sua,
esta pessoa permanece firme, não obstante seja humilde, não seja importante.
Existem muitas dessas pessoas grandes na Igreja! Quantos bispos, sacerdotes e
fiéis grandes que sabem ouvir e depois de ouvir agem!”
O Papa citou como exemplo de nossos dias Madre
Teresa de Calcutá que “não falava, e no silêncio soube escutar e fez muito”.
“Nem ela e nem a sua obra desabaram. Os grandes sabem ouvir e depois fazem
porque a sua confiança e a sua força estão na rocha do amor de Jesus Cristo”.
“A fraqueza de Jesus que de forte se fez fraco para nos tornar fortes nos
acompanhe nesta celebração e nos ensine a ouvir e a construir dessa escuta, não
de nossas palavras”, concluiu Francisco.
Fonte: News.va
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