Cidade
do Vaticano (RV) – A palavra misericórdia guiou as felicitações que o Papa
Francisco fez a seus colaboradores da Cúria Romana, recebidos em audência na
manhã de segunda-feira (21/12).
Depois do “catálogo das doenças curiais”
apresentado no ano passado, este ano o Pontífice propôs o “catálogo das
virtudes necessárias” para quem presta serviço na Cúria. Isto é, como disse
Francisco, "os antibióticos curais".
Doenças curiais
No decorrer de 2015, constatou o Papa, algumas das doenças
citadas acabaram por se manifestar novamente, causando sofrimento e feridas.
Por isso, foi necessário intervir e tomar medidas decisivas. “A reforma
prosseguirá com determinação, lucidez e ardor”, reafirmou Francisco.
Entretanto, ponderou, “nem as doenças nem mesmo os
escândalos poderão esconder a eficiência dos serviços que a Cúria Romana presta
ao Papa e à Igreja inteira. Seria grande injustiça não expressar gratidão e
encorajamento a todas as pessoas sãs e honestas que trabalham com dedicação”.
Virtudes necessárias
O “catálogo das virtudes necessárias” é dividido em
12 pontos, e tem como “guia e farol” a palavra misericórdia. “Trata-se de um
instrumento prático para viver frutuosamente este tempo de graça”, explicou
Francisco, convidando seus colaboradores a aprofundá-lo, enriquecê-lo e
completá-lo.
Cada ponto é composto por duas palavras – virtudes,
atitudes ou valores – sobre as quais o Pontífice faz a sua reflexão.
Assim, são necessários honestidade e maturidade,
espiritualidade e humanidade, respeito e humildade, caridade e verdade para se
combater indicações, subornos, escândalos, burocracia, superficialidade e a
lógica consumista.
“A humanidade é saber mostrar ternura,
familiaridade e gentileza com todos.”
Ou ainda: “Exemplaridade para evitar os
escândalos que ferem as almas e ameaçam a credibilidade do nosso testemunho.
Fidelidade à nossa consagração, à nossa vocação.” “A honestidade é a base sobre
a qual assentam todas as outras qualidades.”
E também: “O respeito é dote das almas nobres e
delicadas; das pessoas que procuram sempre ter em justa consideração os outros,
a sua função, os superiores e os subordinados, os problemas, os documentos, o
segredo e a confidencialidade.”
“A sobriedade é a capacidade de renunciar ao
supérfluo e resistir â lógica consumista dominante.”
Misericórdia
“Na realidade, é inútil abrir todas as Portas
Santas de todas as basílicas do mundo, se a porta do nosso coração está fechada
ao amor”, afirmou o Papa, acrescentando:
“A misericórdia não é um sentimento passageiro, mas
é a síntese da Boa Nova. Seja a misericórdia a guiar os nossos passos, a
inspirar as nossas reformas, a iluminar as nossas decisões; seja ela a
fazer-nos ler a pequenez das nossas ações no grande projeto de salvação de
Deus.”
Francisco encerrou a reflexão a seus colaboradores
da Cúria Romana com uma oração atribuída ao Beato Óscar Arnulfo Romero.
Confira o título dos 12 pontos:
1. Missionariedade e
pastoreação
2. Idoneidade e
sagácia
3. ESpiritualidade e
humanidade
4. Exemplaridade e
fidelidade
5. Racionalidade e
amabilidade
6. Inocuidade e
determinação
7. Caridade e
verdade
8. HOnestidade e
maturidade
9. Respeito e
humildade
10. Dadivoso e atento
11. Impavidez e prontidão
12. FiAbilidade e sobriedade
Fonte e imagem: News.va
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