ROMA, 22 Jul. 15 / 02:25 pm (ACI).- O Tribunal Europeu de
Direitos Humanos de Estrasburgo (TEDHE) aprovou nesta terça-feira uma sentença
exigindo que a Itália legisle alguma “forma definida institucionalmente” que
reconheça as uniões homossexuais. A decisão, entretanto, não revogar a sentença
de julho de 2014, na qual a própria corte assinala que não existe o “direito de
contrair matrimônio” entre casais do mesmo sexo.
A sentença aprovada nesta terça-feira corresponde à
demanda de três casais homossexuais italianos. Segundo o TEDHE, o país europeu
“violou o direito ao respeito da vida
privada e familiar” e disse que “a tutela jurídica atualmente em vigor para os
casais do mesmo sexo na Itália não tutela as exigências fundamentais de um
casal comprometido em uma relação estável".
Na Itália os casais do mesmo sexo têm a
possibilidade de registrar-se em alguns municípios; mas para este tribunal elas
têm " um valor unicamente simbólico" e não lhes dá nenhum “direito”.
“A falta do matrimônio, a opção de uma união civil
ou de uma associação registrada seria a maneira mais adequada para que os
casais do mesmo sexo (...) possam ter sua relação reconhecida legalmente",
assinalou a Corte, e ordenou ainda o pagamento de 10.000 euros a cada um dos
casais demandantes como indenização.
Entretanto, o jornal da Conferência Episcopal
Italiana, Avvenire, assinalou que a sentença também declara “inadmissível” o
recurso destes casais que invocaram o artigo 12 da Convenção Europeia de
Direitos humanos sobre o “direito ao matrimônio”.
A sentença desta terça-feira “não impõe uma
obrigação para que os estados garantam o acesso ao matrimônio aos casais do
mesmo sexo, como no caso dos demandantes”, indica a sentença.
Avvenire recorda ainda que “os estados podem
legalizar os matrimônios para estes casais (como fizeram onze estados
aderentes), mas a decisão fica a critério dos parlamentos nacionais, segundo
uma consolidada jurisprudência da mesma Corte européia sobre a matéria dedicada
à família e à vida”.
Atualmente o parlamento italiano discute um projeto
que legalizaria a união civil entre homossexuais e um dos assuntos mais
polêmicos do projeto é a possibilidade de que um membro do casal adote um filho
do outro. Até o momento a Itália só permitiu uma vez este tipo adoção desatando
severas críticas de partidos políticos e também da Igreja
Católica.
Fonte e imagem: ACI Notícias
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