Passeando livremente e à
luz da consciência pelos caminhos da memória, deparei-me com uma árvore
diferente de todas as árvores que havia até então conhecido. Ela apresentava
duas particularidades que saltavam aos olhos: produzia três tipos de frutos diferentes e de mesmo sabor amargo, e era
alimentada e nutrida pelos próprios frutos.
Após algum tempo de
reflexão e contemplação, vim a descobrir que ela não nasce de um galho, mas
germina de uma pequena semente plantada no coração. Esta semente, no princípio,
carrega em si o poder de auto-nutrição, crescendo, desenvolvendo-se e
produzindo os seus frutos. Após a primeira floração e colheita, perde a
capacidade de crescer sozinha.
A partir desse momento
cada um dos frutos desempenha o seu papel no crescimento da árvore. Um deles é
responsável pela adubação; o outro rega as suas raízes; o terceiro faz com
que ela permaneça sempre ereta.
É verdadeiramente uma
árvore singular. Produz seus frutos e os frutos a sustentam. Seu nome tem
apenas quatro letras, e se chama AMOR.
O fruto da Humildade é o seu adubo essencial porque
o faz crescer em meio às provações e dificuldades. O fruto do Perdão é aquele que o rega
constantemente, lavando e purificando o coração e a alma. A Obediência é o fruto que não deixa o
amor vacilar nem para a direita, nem para a esquerda.
Comecei com esta parábola
para confessar minha fraquezas e lutas constantes diante da vida, diante de
mim, diante da minha Família e da Comunidade onde Deus me colocou.
Minha arrogância, prepotência
e muitas vezes um egoísmo desmesurado, obscurecem a Humildade, e sem ela as folhas do amor murcham e caem, e ele sofre
atrozmente por não mais ter as folhas que realizam a sua respiração e
fotossíntese. Assim acontece. Mas as lutas interiores para vencer o mal se
fortalecem cada vez mais na força que me vem do céu.
Ressentimentos e rancores
ainda perpassam pela caminhada. Quando, porém, a água do Perdão faz dos meus olhos uma fonte de lágrimas de arrependimento
que regam e lavam o que deve ser purificado, a Humildade se acende como uma tocha luminosa e me impulsiona a
buscar e dar o perdão. Tem sido sempre assim dentro da minha Família e da
Comunidade. Não é fácil. “Mas tudo posso naquele que me fortalece.”
Às vezes – pelo meu
temperamento – a rebeldia momentânea se instala na minha alma, fazendo com que
eu vacile e não alimente o Amor com o
fruto da Obediência. Quando assim
acontece no ambiente familiar e na Comunidade, tenho a convicção de que algo
está errado, e sinto que o fruto que faz com que o Amor permaneça ereto não está sendo nutrido, ocasionando uma grande
hesitação, ora balançando para a direita, ora para a esquerda. Após um tempo, a
consciência aclara e a Humildade e o Perdão vêm em auxílio à minha fraqueza.
Desta forma exponho ao
Moderador-Geral, ao Núcleo Vocacional e à minha Formadora, com sinceridade,
quem continuo sendo e aquilo que almejo que o Senhor faça em mim, porque sei
que estou fazendo a minha parte e permaneço sempre de coração aberto para
atendê-lo.
Antonio
Luiz Macêdo
Imagem Google
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