Cidade
do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a missa nesta,
segunda-feira (23/11), na Capela da Casa Santa Marta, onde explicou o Evangelho
do dia que fala da pobreza da viúva que depositou no tesouro do templo duas
pequenas moedas enquanto os ricos ostentavam suas grandes ofertas.
Jesus afirma que “esta viúva pobre depositou mais
do que todos”, porque os outros deram o seu supérfluo, enquanto ela, em sua
miséria, depositou “tudo o que tinha para viver”.
“Na Bíblia, a viúva é a mulher solitária que não
tem o marido para protegê-la; a mulher que deve se arranjar como pode, que vive
da caridade pública”, disse Francisco.
“A viúva desta passagem do Evangelho era uma viúva
que tinha a sua esperança somente no Senhor. Gosto de ver nas viúvas do
Evangelho a imagem da viuvez da Igreja que espera o retorno de Jesus”:
“A Igreja é a esposa de Jesus, mas o seu Senhor foi
embora e o seu único tesouro é o seu Senhor. A Igreja, quando é fiel, deixa
tudo por causa da espera de seu Senhor. Quando a Igreja não é fiel ou não é
muito fiel ou não tem muita fé no amor de seu Senhor procura se arranjar com
outras coisas, com outras seguranças, mais do mundo que de Deus.”
“As viúvas do Evangelho, ressaltou o Papa, dão uma
bonita mensagem de Jesus sobre a Igreja”:
“Tem aquela sozinha, única, que saia de Nain, com o
caixão de seu filho: chorava, sozinha. Sim, as pessoas tão boas, a
acompanhavam, mas o seu coração estava só! A Igreja viúva que chora quando os
seus filhos morrem à vida de Jesus. Tem aquela outra que, para defender os seus
filhos, vai até o juiz iníquo: torna sua vida impossível, batendo à sua porta
todos os dias, dizendo ‘faça-me justiça!’. No final, faz justiça. É a Igreja
viúva que reza, intercede por seus filhos. Mas o coração da Igreja está sempre
com seu Esposo, com Jesus. Está nas alturas. E também nossa alma – de acordo
com os pais do deserto – se parece tanto à Igreja. E quando nossa alma, a nossa
vida, está mais próxima de Jesus, se afasta de tantas coisas mundanas, coisas
que não servem, que não ajudam e que afastam de Jesus. Assim é a nossa Igreja
que procura o seu Esposo, espera o seu Esposo, espera aquele encontro, que
chora por seus filhos, luta por seus filhos, dá tudo aquilo que tem porque seu
único interesse é o seu Esposo”.
A ‘viuvez’ da Igreja – explica o Papa – se refere
ao fato que a Igreja está esperando Jesus: “pode ser uma Igreja fiel a esta
espera, aguardando com confiança o retorno do marido ou uma Igreja não fiel a
esta ‘viuvez’, procurando seguranças em outras realidades... a Igreja morna, a
Igreja medíocre, a Igreja mundana”. Pensemos também às nossas almas, exorta por
fim o Pontífice: “As nossas almas procuram segurança somente no Senhor ou
procuram outras seguranças que o Senhor não gosta?”:
“Nestes últimos dias do Ano Litúrgico, fará bem nos
perguntarmos sobre a nossa alma: se é como esta Igreja que Jesus quer, se a
nossa alma volta-se ao seu esposo e diz: ‘Vinde, Senhor Jesus! Vinde!’. E que
deixamos de lado todas as coisas que não servem, que não são de ajuda à
fidelidade”.
Fonte e imagem: News va
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