Domingos Jorge nasceu em Vermoim da Maia, perto do
Porto (Portugal). Muito jovem, partiu para a Índia, onde combateu pela fé e
pela Pátria. Aventureiro por natureza, empreendeu viagem para o Japão, onde
nesse tempo reinava perseguição furiosa. Todos os missionários eram mortos, e
mortos também todos aqueles que os acolhessem em suas casas. Apesar de todos os
riscos, não quiseram os missionários estrangeiros abandonar para os instruir,
animar e lhes administrar os sacramentos.
Domingos Jorge, membro da Companhia do Rosário,
casou com uma jovem japonesa, à qual o missionário português, Padre Pedro
Gomes, oito dias após o nascimento, deu o nome de Isabel Fernandes. Vivia este
casal modelo no amor de Deus, na paz e na felicidade, perto da cidade de
Nagazáki. Por bondade e piedade, receberam em sua casa dois missionários
jesuítas e, naquela noite (era o dia da festa de Santa Luzia), o governador de
Nagasáki ordenou que fossem presos os dois missionários juntamente com Domingos
Jorge. Após um ano de prisão, foram condenados à morte. Domingos Jorge, após
escutar a sentença, pronunciou estas palavras: “Mais aprecio eu esta
sentença do que me fizessem Senhor de todo o Japão”.
Era o ano de 1619. Domingos Jorge foi amarrado ao
poste no chamado “Monte Santo” de Nagasáki, onde tantos cristãos deram a vida
por Deus, e, ali, juntamente com outros mártires rezando a oração do Credo,
Domingos Jorge foi queimado vivo.
Passados três anos, na manhã de 10 de novembro de
1622, o “Monte Santo” de Nagasáki, regado com o sangue de tantas centenas de
cristãos, apresentava um aspecto solene e comovedor. Ali se apinhavam mais de
30.000 pessoas para assistirem ao Grande Martírio, isto é, à morte de 56
filhos da Santa Igreja Católica. Entre eles, encontravam-se Isabel Fernandes,
de uns 25 anos de idade, viúva do Beato Domingos Jorge, e seu filhinho Inácio,
de quatro anos. Os mártires foram divididos em dois grupos: 24 religiosos de
várias Ordens, condenados a morrer a fogo lento; os outros 32 eram constituídos
por 14 mulheres e 18 homens (a maioria deste segundo grupo recebeu como
condenação serem decapitados). Isabel Fernandes, antes de ser degolada
juntamente com seu filhinho Inácio, exclamou: “De todo o coração ofereço a
Deus as duas coisas mais preciosas que possuo no mundo: a minha vida e a do meu
filhinho”.
Domingos Jorge, com a esposa Isabel Fernandes e o
filho Inácio, foram beatificados pelo Papa Pio IX em julho de 1867.
Beatos Domingos Jorge, Isabel Fernandes e Inácio, rogai por nós!
Fonte e imagem: Canção Nova
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