Após o rito da introdução e o acto penitencial, no
átrio da Basílica de São João de Latrão, o Papa Francisco, pronunciadas as
palavras “É esta a porta do Senhor, abri-me as portas da justiça …”, subiu os
degraus em silêncio, abriu a Porta Santa e rezou junto à Porta. Em seguida, o
Santo Padre entrou na Basílica, seguido pelos concelebrantes e alguns
representantes de religiosas e fiéis leigos, tendo-se dirigido à Cátedra donde
continuou o rito da Santa Missa.
Juntamente com a abertura da Porta Santa da
Basílica de S. João de Latrão abriu igualmente, neste domingo, a Porta
Santa da Basílica de S. Paulo Fora dos Muros, durante a Missa presidida
pelo Cardeal Delegado do Santo Padre, James Harvey. Muitas outras Portas Santas
espalhadas pelo mundo abriram também as suas Portas Santas neste domingo, dia
13 de dezembro.
Na homilia o Papa, inspirando-se nas palavras de
Sofonias, disse que o convite à alegria dirigido pelo profeta à cidade de
Jerusalém hoje é também dirigido a toda a Igreja e a cada um de nós, porque o
Senhor revogou toda a condenação e decidiu viver entre nós, palavras estas –
disse Francisco - que inspiram esperança e nos permitem olhar para o futuro com
serenidade.
Neste terceiro domingo do Advento e com o Natal já
próximo, prosseguiu o Papa, não nos podemos deixar levar pelo cansaço nem nos é
consentido qualquer tipo de tristeza, embora tivéssemos motivo para tal devido
às muitas preocupações e múltiplas formas de violência que ferem a nossa
humanidade. A vinda do Senhor, como nos tempos de Sofonias, deve encher o nosso
coração de alegria e confiança, reiterou Francisco:
"Deus protege” o seu povo. Num um contexto
histórico de grandes abusos e violências, perpetrados sobretudo por homens de
poder, Deus faz saber que Ele mesmo reinará sobre o seu povo, que o não deixará
mais à mercê da arrogância dos seus governantes, e que o libertará de toda a
angústia”.
Não devemos, portanto, deixar cair os braços por
causa da dúvida, da impaciência ou sofrimento – continuou o Papa – pois o
Senhor está próximo e nós, com a nossa afabilidade, devemos dar a todos o
testemunho da proximidade e o cuidado que Deus tem para cada pessoa. E
acrescentou:
E falando da Porta Santa, aberta nesta Basílica
Papal e em todas as catedrais do mundo, o Papa sublinhou que também este
simples sinal era um convite à alegria, porque inicia o tempo do grande perdão,
é o Jubileu da Misericórdia, momento para redescobrir a presença de Deus e a
sua ternura de pai. Mas, passar pela Porta Santa requer um compromisso radical,
advertiu o Papa:
“Perante a Porta Santa que somos chamados a
atravessar, pede-se-nos que sejamos instrumentos de misericórdia, conscientes
que seremos julgados sobre isto. Quem foi baptizado sabe que tem um empenho
maior. A fé em Cristo leva a um caminho que dura por toda a vida: ser
misericordiosos como o Pai”.
E a terminar o Papa reafirmou uma vez mais que a
alegria de atravessar a Porta da Misericórdia deve ser acompanhada pelo empenho
de acolher e testemunhar um amor que vai para além da justiça, um amor que não
conhece fronteiras, e que é deste amor infinito que somos responsáveis, apesar
das nossas contradições.
E concluiu convidando a rezar por todos os que
passarem pela Porta da Misericórdia, para que possamos compreender e acolher o
infinito amor do nosso Pai Celestial, que transforma e renova a vida.
Fonte e imagem: News va
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