AVIÃO PAPAL,
14 Jul. 15 / 01:56 pm (ACI).- O Papa Francisco
lamentou a instrumentalização de algumas das suas palavras pronunciadas em sua
recente passagem pela América do Sul e durante o voo de regresso à Roma pediu
respeito ao contexto e à hermenêutica dos seus discursos e que suas palavras
não sejam “instrumentalizadas” pela mídia.
Desta forma, o Santo Padre esclareceu as diversas
mal interpretações e as análises que várias pessoas e meios fizeram de acordo
aos seus próprios interesses no mundo todo.
No avião de regresso de Asunción (Paraguai), o
Pontífice declarou aos jornalistas: “É muito importante no trabalho de vocês a
hermenêutica de um texto. Um texto não pode ser interpretado com uma frase. A
hermenêutica tem que ser em todo o contexto."
“Existem frases que são a chave da hermenêutica.
Outras que são ditas por alto. É necessário analisar todo o contexto da
situação, inclusive ver a história narrada neste momento. Ou, se estamos
falando de um determinado momento, devemos interpretar um fato passado com a
hermenêutica desse tempo”, indicou o Papa.
O Pontífice advertiu ainda: “Cada palavra, cada
frase de um discurso pode ser instrumentalizada”, como por exemplo, no caso
equatoriano, quando alguns diziam que eu era a favor do governo, outros contra
o governo” “Por isso prefiro falar da hermenêutica total”, disse o Papa, porque
seus discursos “são sempre instrumentalizados” e lamentou que “algumas vezes
existam notícias nas quais pegam uma frase fora de contexto”, mas assegurou que
“não tem medo” desta atitude da mídia.
“Simplesmente digo: olhem o contexto e se me
equivoco, com um pouco de vergonha, pedirei perdão e seguirei em frente”,
assegurou.
Ao chegar ao Equador, no dia 5 de abril, o
Pontífice destacou que “o povo equatoriano se colocou de pé, com dignidade” o
que levou a que, em meio aos problemas políticos, greves e manifestações neste
país, sua mensagem fosse interpretada de forma conveniente por ambos lados do
conflito.
Durante a coletiva de imprensa, no voo que o levou
do Paraguai à Roma, o Santo Padre assinalou que “evidentemente, sei que havia
problemas políticos e greves. Eu sabia”, embora “não conhecesse as intrigas na
política do Equador. Seria néscio se desse uma opinião a respeito do tema”.
O Papa Francisco destacou que “me disseram que houve
um parêntese (nos protestos) durante minha visita, e eu agradeço. É um gesto de
um povo que está de pé respeitar a visita do Papa. Agradeço e valorizo isto”.
“Evidentemente agora continuam os problemas e as
discussões políticas”, indicou.
O Santo Padre explicou também que quando se referiu
a que “o povo equatoriano se colocou de pé, com dignidade”, em seu discurso ao
chegar ao Equador, referiu-se “a uma maior consciência que o povo equatoriano
foi tomando da sua dignidade”.
“O Equador, - indicou o Papa – passou por uma
guerra de fronteiras com o Peru há alguns anos, depois da qual existe uma maior
consciência da maior riqueza étnica”.
“Equador não é um país de descarte, ou seja, me
refiro a todo o povo e a toda a dignidade desse povo, que depois da guerra de
fronteiras, se colocou de pé e tomou cada vez mais consciência da sua
dignidade”, disse.
O Papa Francisco lamentou que “essa frase tenha
sido instrumentalizada para explicar ambas as situações: que o governo colocou
de pé o Equador, ou que teriam colocado de pé os opositores do governo”,
concluiu.
Fonte e imagem: ACI Notíciasa
Nenhum comentário:
Postar um comentário