Não goste, ame! Pois somente o AMOR é capaz de construir o mundo. (Antonio Luiz Macêdo)..

sexta-feira, 21 de março de 2014

ECUMÊNICO E A UNIDADE DOS CRISTÃOS



EVANGELIZAR E PARCIALIZAR

Se eu tiver fortes tendências políticas e aproveitar todas as passagens do Evangelho que ajudem a minha pregação partidária, ignorando ou diminuindo as outras, eu terei parcializado a fé e os evangelhos. Se eu tiver fortes inclinações místicas e achar que a política é instrumento do mal, e usar apenas as passagens do Evangelho que apontam para o louvor e para adoração, se gastar 99% do meu tempo ensinando a proclamar a glória de Deus, mas nunca, absolutamente nunca, falar da dor, do sofrimento, das angústias, das aspirações, das justiças e das injustiças do nosso tempo, eu terei parcializado a fé e os evangelhos.

É verdade que os convivas de um banquete podem e devem escolher entre os mais de 200 pratos postos sobre a mesa principal, mas também é verdade que os que põem a mesa precisam por muitos pratos para que o fiel indivíduo escolha. Então, um é o direito do que vai ao banquete: buscar presença e alimento. O outro é o direito e dever de quem põe a mesa: ele não pode por apenas os dois ou três pratos da sua preferência. Precisa pôr mais pratos para que os convivas possam escolher.

Se o fiel sentado no banco da Igreja está à procura de motivações para crer e ainda não se definiu, é direito dele ouvir muitas vozes. Mas se estamos do lado de cá, do altar e do púlpito, e cabe a nós levar ao povo a reflexão em pregação falada, escrita ou cantada, então teremos que oferecer a ele muito mais do que apenas o que nos agrada. 

Ao pregador não é dado o direito de ensinar apenas a louvar ou a apenas fazer política. O pregador tem que mostrar toda a riqueza do Evangelho, consoante diz a carta aos Efésios, atribuída a São Paulo no capítulo 3. Nós pregadores temos que mostrar a altitude, a profundidade, a largura, o comprimento e as várias dimensões do mistério do Cristo para que o povo aprenda e compreenda melhor o que é seguir Jesus nos dias de hoje. Eu seria um grande omisso se subindo ao púlpito só ensinasse política, mas seria um grande omisso se também só cantasse ou só ensinasse louvor.

Foi Jesus quem disse em Mateus 5,23 que se tivermos uma oferta, portanto, louvor diante do altar e nos lembrarmos de que o irmão está carente de paz, deveríamos parar a oferta, ir lá levar a paz ao irmão e depois continuar com a oferta. Foi o próprio Jesus quem mostrou a diferença entre o mais importante e o mais urgente. Para Ele o louvor continuava a mais importante ação de uma vida, mas não era a mais urgente. A paz dos irmãos e o bem estar deles são mais urgentes, porque Deus não tem pressa de receber o nosso louvor, mas o irmão pode ter pressa de receber a nossa ajuda.
Imagine se no terremoto e no tsunami do Japão os fiéis ficassem orando por todos os que morreram e não saíssem à procura de sobreviventes. Naqueles dias, quem tinha como ajudar deveria ir. A oração poderia esperar ou poderia acontecer enquanto ajudavam, mas era muito mais urgente salvar as vítimas e prevenir graves enfermidades. Se religião não for isso, então não será religião.



#UmSóPastor
Ecumênico

Autor: Padre Zezinho
Imagem Google

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