Jesus foi o primogênito e o unigênito da família de Nazaré. Quanto aos “supostos irmãos de
Jesus” a Bíblia não os mencionam como “filhos de Maria”. Somente o
Mestre é chamado “filho de Maria”, com o artigo no original (Marcos 6,3).
Antes de aprofundar no assunto, é bom lembrar 05
pontos fundamentais:
Primeiro – se Jesus teve
irmãos, porque Maria é chamada “Mãe de Jesus?” e nunca mãe do “irmãos de Jesus?”
Segundo – A família
de Nazaré aparece apenas com 03 pessoas. Jesus, Maria e José.
Terceiro – porque
seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da páscoa e Jesus nunca
aparece ao lado dos “supostos irmãos?”
Quarto – Porque
Jesus entrega sua mãe aos cuidados de João o Evangelista, e não aos “supostos
irmãos?”
Quinto – porque
esses “supostos irmãos” não
aparecem na crucificação de Jesus?
A
Bíblia deixa bem claro, quando se trata de um filho, e quem são os pais. Para
entender melhor citemos alguns textos:
No Antigo Testamento
“Adão conheceu
outra vez sua mulher, e esta deu à luz um filho, ao qual pôs o nome de Set, dizendo, Deus
deu-me uma posteridade para substituir Abel, que Caim matou”. (Gênese 4, 25)
“Então falou Deus a
Noé, sai da arca, com tua mulher, teus filhos e as mulheres de
teus filhos” (Gênese 8, 15-16) Confira
mais em: (Gênese
5,1-32) (Gênese 10, 1-32) (Gênese 11, 10-32) onde se fala de filhos e filhas.
No Novo Testamento
“Ela dará
à luz um filho, a quem porás o
nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mateus 1, 21).
“Senhor, tem
piedade de meu filho, porque é lunático e sofre muito: ora cai
no fogo, ora cai na água...” (Mateus 17,15).
“Respondeu um homem
dentre a multidão: Mestre, eu te trouxe meu filho,
que tem um espírito mudo” (Marcos 9,17).
“Ao chegar perto da
porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita
gente da cidade”
(Lucas 7,12).
“Porque tinha uma filha única, de uns doze
anos, que estava para morrer. Jesus dirigiu-se para lá, comprimido pelo povo” (Lucas 8,42).
Em centenas e centenas de textos Bíblicos, fica muito claro, onde se fala
de filhos e de pais, e os protestantes afirmam por paus e pedras que, Jesus
teve irmãos. Para isso se baseiam em (Marcos 6,3) “Por acaso não
é ele o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão?”.
Explicação:
A palavra irmão, aqui tem o significado de “primo ou parente
próximo, pois a língua hebraica não possui a palavra primo”.
- Quem eram Tiago, José, Judas e Simão?
Explicação: A
mãe de Jesus tinha uma parente que se chamava também Maria, casada com Cleófas.
- De fato lemos na Bíblia: “Perto da cruz de
Jesus, permanecia de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas.” (João 19,25)
- Tiago e José eram filhos de Cléofas com a parente de Nossa Senhora, que
se chamava Maria.
- logicamente Judas era irmão de Tiago. De fato lemos: “Judas, irmão de Tiago” (Judas 1 e Lucas 6,16) todos eles eram primos de Jesus, ou parentes
próximos, como Simão pelo mesmo motivo.
Há muitos exemplos na Bíblia em que os parentes próximos são chamados de
irmãos:
“Disse Abraão a Lot: Peço-te que não haja
rixas, pois somos irmãos.” (Gênesis 13,8) - Abraão
não era irmão de Lot, mas tiio.
- “Eleazar morreu e não teve filhos, mas
filhas e estas se casaram com os filhos de Cis, seus irmãos.” (1 Crônicas 23,22) - As filhas
de Eleazar eram primas dos filhos de Cis.
- Ver também:
(Êxodo 2,11) (Mateus 23,8)
(Gênesis 9,6) (Mateus 5,21-22) (1 Coríntios 15,6).
Respondendo
objeções
1ª Objeção: os “Irmãos de Jesus”. É assim que a Bíblia se refere nominalmente a quatro pessoas: Tiago,
José, Judas e Simão (Marcos 6,3). Eles seriam,
irmãos carnais de Jesus, concluem os protestantes.
No entanto, nada mais falso, pois três desses “Irmãos de Jesus”, têm seus
pais nomeados na Bíblia. Vejamos: o 1º é Tiago. É ele, segundo (Gálatas 1,19), Tiago Apóstolo, o Menor (Marcos 15,40), cujo pai é Alfeu (Mateus 10,3); o 2º, José, é irmão carnal de Tiago,
pois ambos são filhos de uma das três Marias que estiveram ao pé da Cruz (Mateus 27,56), e cujo irmão pai é também Alfeu; o 3º
é Judas, o Tadeu, que também é irmão de Tiago (Judas 1,1). Seu pai é também
Alfeu. São Lucas o chama
“Judas de Tiago” ou seu irmão
(Lucas 6,16).
O último da lista é Simão, cujos pais não têm os nomes expresso na
Bíblia. Mas o historiador Hegezipo (sec. II), informa que ele é filho de
Cléofas, esposo de
“Maria, irmã da Mãe de Jesus” (João 19,25). Ele
é, pois, primo de Jesus. E se Cléofas e Alfeu são nomes em hebraico e aramaico da mesma pessoa, como pensam
muitos, os quatro chamados “irmãos de Jesus” são entre si, irmãos carnais. Em qualquer
hipótese eles são primos ou parentes de Jesus.
De fato, é muito comum na Bíblia, parentes próximos serem chamados de
irmãos. É só conferir
(Gênesis 13,8) comparado com (Gênesis
12,5 e 11,28-31) (Gênesis 29,13 e 15) (Levítico 10,4) (1 Crônicas 23,22) etc.
2ª Objeção: ela é tirada do título de “primogênito” atribuído a Jesus em Lucas 2,7. Daí concluem os protestantes que Maria teve
outros filhos além de Jesus.
Isso revela grande ignorância, pois “primogênito” é termo jurídico da Bíblia que tem significado
bem determinado: é o primeiro filho, quer venha outro, quer não. Não se
esperava por outro filho para que o 1º fosse tido e tratado como primogênito a
vida toda.
Confirma isto o túmulo, recém-descoberto, de uma judia do 1º século, com
a inscrição:
“Aqui jaz Arsinoé, morta ao dar à luz o seu primogênito”.
3ª Objeção: é tirada de (Mateus
1,25), onde se lê: “E José não a conheceu
até que ela deu à luz. . .” os
protestantes concluem que a conheceu depois.
Mais uma vez outra falsa conclusão. Parece desconhecerem que a expressão “até que” é,
na Bíblia, um hebrismo que significa “Sem que”, invertendo-se os termos da frase. Significa,
então, que Maria “deu á luz sem que José A tivesse conhecido”, e nada mais.
São incontáveis os exemplos disso na Bíblia. Eis apenas um: “O coração do justo está firme e não temerá
“até que” veja confundidos os seus inimigos” (Salmos 111,8). Ora, se não temeu antes, não temerá depois. O
sentido é: “os inimigos serão confundidos sem que o coração do justo tema”. Assim Mateus quis apenas afirmar que “Maria
concebeu sem participação de José”. Conferir
na Bíblia outros casos desse modo de falar: (Deuteronômio
7,24) (Sabedoria 10,14) (Salmos 56,2 71,7; 93,12-13; 109,1) (Isaias 22,14)
(Mateus 5,18 22,44) (Hebreus 1,13; 10,12-13; etc.)
4ª e última objeção: é tirada de
(Mt 1,18) onde se lê que Maria concebeu do Espírito
Santo “antes que coabitassem”. Os protestantes
concluem erradamente que conheceu depois.
Isso porque eles não se importam com o contexto literário e histórico da
Bíblia. E tomam, no caso,
“coabitar” no sentido
de relação carnal, quando, pelo contexto, e pelo modo como os judeus se
casavam, só cabe o sentido de “morar juntos”.
De fato, o casamento dos judeus era feito em duas etapas: a 1ª se
realizava na casa dos pais da moça em cerimônia simples. Marcavam-se então as
núpcias festivas - era a segunda etapa - na qual a esposa era levada para a
casa do esposo. Era esta a coabitação (morar juntos), de que fala o evangelista
no citado texto. Foi entre essas duas cerimônias que se deu o mistério da
Encarnação.
Conclusão
Segundo a Bíblia, a
Tradição e o Magistério da Igreja, Maria teve um único filho, e disso, nós
temos certeza.
Jaime Francisco de
Moura
Fonte:
Respostas Católicas
Imagem Google
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