Vaticano, 02 Mar. 16 / 01:30 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Prefeito da Congregação para a
Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Müller, colocou um fim no debate sobre a
situação dos divorciados em nova união dentro da Igreja e a possibilidade
de que comunguem a partir de uma proposta dos bispos alemães durante o
Sínodo da Família.
Em uma entrevista concedida esta semana ao jornal
Kölner Stadt-Anzeiger, de Colônia, a autoridade vaticana descartou que a Igreja
possa reinterpretar os ensinamentos de Cristo sobre o matrimônio.
O Cardeal também negou que haja uma “batalha”
dentro do Vaticano acerca deste tema e explicou que o Cardeal Walter Kasper –
que promove há vários anos a comunhão para divorciados em nova união – já se
retratou por ter usado uma metáfora que sugeria tal enfrentamento.
“Não é possível negociar o ensinamento de Jesus
Cristo. E este ensinamento é, depois de tudo: o que Deus uniu, o homem não
separa. Não pode haver nenhum compromisso nisto”, sublinhou o Cardeal Müller e
logo esclareceu que não podemos “como seres humanos converter a clara palavra
de Deus em algo vago. Uma sólida aproximação pastoral é o contrário da
relativização das palavras de Cristo”.
“Não é possível um segundo matrimônio ou um segundo esposo, enquanto viva o anterior, segundo a interpretação católica das palavras de Jesus”, indicou o Cardeal Müller e adicionou que “a Igreja não é capaz de dissolver ou suspender um matrimônio válido e verdadeiramente sacramental”.
Neste sentido, precisou que “o Papa e todos nós queremos evitar cuidadosamente que as pessoas se afastem da Igreja como comunidade de salvação. Existem outras formas – teologicamente válidas e legítimas – de participar da vida da Igreja. A comunhão com Deus e com a Igreja não está só constituída pela recepção oral da Eucaristia”.
O Prefeito foi questionado especificamente a respeito da proposta que os bispos alemães, liderados pelo Presidente do Episcopado, Cardeal Reinhard Marx, apresentaram no Sínodo da Família a fim de permitir que os divorciados em nova união comunguem “olhando cada caso” e segundo sua consciência.
O Cardeal Müller explicou que isto seria possível somente “quando os esposos – como o Papa João Pablo II recordou o permanentemente válido ensinamento da Igreja sobre o matrimônio em sua Exortação Apostólica “Familiaris Consortio” (1981) — vivem juntos como irmão e irmã”.
O entrevistador recordou à autoridade vaticana que o Cardeal Marx considera irreal esperar que os casais convivam em abstinência sexual. E o Cardeal Müller recordou que “isso foi o que também pensaram os apóstolos quando Jesus lhes explicou a indissolubilidade do matrimônio (Mt 19, 10). Mas, o que parece impossível para os seres humanos é possível pela graça de Deus”.
Fonte e imagem: ACI Notícias

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