SALVADOR, 13 Ago. 15 / 07:00 am (ACI).- Nesta quinta-feira,
13 de agosto, é celebrado o dia da Bem-aventurada Dulce dos Pobres, a religiosa
baiana que dedicou sua vida ao serviço aos pobres e doentes e ainda hoje
é conhecida como Anjo Bom do Brasil. Na Arquidiocese de Salvador (BA), a data
festiva tem como tema: “A exemplo de Irmã Dulce, somos chamados a dizer com a
vida: ‘Eu vim para servir’”. Na Arquidiocese haverá Missas durante todo o dia,
no Santuário da religiosa, sendo a das 10hh presidida pelo Arcebispo e Primaz
do Brasil, Dom Murilo Sebastião Krieger.
O 13 de agosto foi escolhido como o dia oficial da
festa litúrgica da Beata porque foi nesta mesma data, em 1933, na Congregação
das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe, que
Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, aos 19 anos de idade, recebia o hábito
de freira e adotava, em homenagem à sua mãe, o nome de Irmã Dulce.
Segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes e de
Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, a pequena Maria Rita nasceu em 26 de
maio de 1914, na capital baiana. Perdeu sua mãe aos sete anos de idade.
Desde cedo, começou a manifestar seu interesse pela
vida religiosa. Aos 13 anos, passou a acolher mendigos e doentes em sua casa,
transformando a residência da família num centro de atendimento. A casa ficou
conhecida como ‘A Portaria de São Francisco’, devido ao grande número de
carentes que se aglomeravam à sua porta. Nessa época, expressou pela primeira
vez o desejo de se dedicar à vida religiosa.
Entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da
Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe, em
fevereiro 1933, tendo recebido o hábito agosto do mesmo ano, quando passou a
ser chamada Irmã Dulce.
Sempre com muita fé, amor e serviço, o Anjo Bom
iniciou na década de 1930 um trabalho assistencial nas comunidades carentes,
sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na parte
interna do bairro de Itapagipe, na capital baiana.
Em 1939, Irmã Dulce invadiu cinco casas na Ilha dos
Ratos, para abrigar os doentes que recolhia nas ruas de Salvador. Expulsa do
lugar, peregrinou durante uma década, levando os seus doentes por vários locais
da cidade. Até que em 1949, ocupou um galinheiro ao lado do convento, após a
autorização da sua superiora, com os primeiros 70 doentes. A iniciativa deu
início à criação das Obras Sociais Irmã Dulce, instituição considerada hoje um
dos maiores complexos de saúde pública do país, com cerca de quatro milhões de
atendimentos ambulatoriais por ano.
“Quando nenhum hospital quiser aceitar algum
paciente, nós aceitaremos. Esta é a última porta e por isso eu não posso
fechá-la”, disse Irmã Dulce.
Em 1988, ela foi indicada pelo então presidente da
República, José Sarney, com o apoio da Rainha Sílvia, da Suécia, para o Prêmio
Nobel da Paz.
A religiosa também teve dois grandes momentos de
sua vida ao lado de São João Paulo II. Em 7 de julho de 1980, encontrou-se com
o então Papa que visitava pela primeira vez o Brasil. Na ocasião, ouviu dele o
incentivo para prosseguir com a sua obra. Os dois voltaram a se encontrar em 20
de outubro de 1991, na segunda visita do Sumo Pontífice ao Brasil. João Paulo
II fez questão de quebrar o rigor da sua agenda e foi ao Convento Santo Antônio
visitar a religiosa baiana, cuja saúde já se encontrava bastante debilitada em
função de problemas respiratórios.
Cinco meses depois, no dia 13 de março de 1992, o
Anjo Bom da Bahia faleceu, aos 77 anos.
Em janeiro de 2000, teve início o processo de
canonização de Irmã Dulce. Em 2010, a Congregação para a Causa dos Santos
reconheceu a autenticidade de um milagre atribuído à religiosa. Trata-se do
caso de Claudia Cristina dos Santos, ocorrido em Itabaiana, em Sergipe. Após
dar à luz seu filho, Gabriel, a mulher sofreu uma forte hemorragia, durante 18
horas, tendo sido submetida a três cirurgias. Diante da gravidade do quadro, os
familiares chamaram Padre José Almí para ministrar a unção dos enfermos. O
sacerdote decidiu fazer uma corrente de oração pedindo a intercessão de Irmã
Dulce e deu a Cláudia uma pequena relíquia da Bem-Aventurada. A hemorragia
cessou subitamente.
Irmã Dulce foi beatificada no dia 22 de maio de
2011. Para ser canonizada, é necessária a comprovação de mais um milagre
atribuído à freira baiana, que tenha ocorrido após 11 de dezembro de 2010, data
da promulgação do decreto papal sobre o primeiro milagre.
Fonte e imnagem: ACI Notícias

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