WASHINGTON DC, 11 Ago. 15 / 02:52 pm (ACI).- O Santo Sudário de Turim tem diferentes significados para muitas
pessoas: alguns o veem como um objeto de veneração, outros como uma curiosidade
medieval e outros inclusive como uma simples falsificação. Para um cientista
judeu, entretanto, a evidência o levou a vê-la como um ponto de encontro entre
fé e ciência.
"O Sudário desafia (as crenças fundamentais de
muitas pessoas) porque existe uma forte inferência de que nela existe algo além
da ciência", assinalou Barrie Schwortz, um dos principais peritos
cientistas sobre o Sudário de Turim ao Grupo ACI.
Embora admitisse que não tinha a certeza de que
estivesse em jogo algo diferente da ciência na investigação da qual fez parte,
Schwortz esclareceu: "não foi exatamente isso que me convenceu, foi na
verdade a ciência que me levou a este convencimento".
Segundo a tradição, o Santo Sudário de Turim foi
usado para cobrir o corpo de Cristo logo após sua crucificação. Este manto
venerado durante séculos pelos cristãos, foi objeto de diversas investigações
científicas a fim de comprovar sua autenticidade e origem.
A imagem sobre o tecido mostra um homem –na parte
dianteira e traseira– que foi torturado brutalmente e que possuía as marcas nos
punhos e pés próprios da crucifixão romana.
Schwortz, fotógrafo técnico e perito nesta
relíquia, foi membro do Projeto de Investigação do Sudário de Turim, que reuniu
em 1978 famosos cientistas com o fim de examinar o manto.
Nesta época, Schwortz era judeu não-praticante e
recusou-se a fazer parte da equipe, pois estava cético quanto à autenticidade
do Sudário, alegando que esta não era mais que uma pintura bem elaborada.
Entretanto, estava intrigado pelas investigações científicas realizadas nele.
Apesar de sua resistência, Schwortz recorda que foi
convencido por um colega a permanecer no projeto –ele era católico,
especialista em imagens da Nasa– que fazendo uma brincadeira lhe
disse "Você não acha que Deus não gostaria de ter um dos seus escolhidos
na nossa equipe?".
Logo, Schwortz estava diante de um dos grandes
mistérios da imagem, a qual até hoje impressiona seus examinadores.
Para este projeto, a equipe desenhou um instrumento
específico para avaliar raios X, isto permitia que as luzes e sombras de uma
imagem fossem esticadas ou projetadas verticalmente no espaço, com base na sua
intensidade proporcional de claros e escuros.
Em uma fotografia normal, o resultado seria uma
imagem distorcida. Entretanto, o sudário mostrou uma perfeita revelação 3-D
natural de uma forma humana. Isto significa que "existe uma correlação
entre a densidade da imagem, as luzes e sombras desta e a distância do tecido
ao corpo".
"A única maneira de que isto possa acontecer é
por algum tipo de interação entre o tecido e o corpo", explicou o perito.
"Isto não pode ser projetado. Não é uma fotografia: pois estas não contêm
esse tipo de informação, assim como as obras de arte".
Esta evidência o levou a acreditar que a imagem do
Sudário tenha sido produzida de uma maneira que supera as capacidades,
inclusive da tecnologia moderna.
"Não há maneira que um falsificador medieval
tenha tido o conhecimento para inventar algo como isto, e criá-lo por meio de
um método que não possamos reconhecer atualmente, em uma época da história
humana muito orientada à imagem".
"Imagina que no teu bolso está uma câmara e um
computador conectados entre si a um pequeno dispositivo", explicou.
"O Sudário se transformou em um dos elementos
mais estudados da história humana, e a ciência moderna não tem uma explicação
de como foram geradas suas propriedades químicas e físicas".
Enquanto a imagem do Sudário de Turim foi a
evidência mais convincente para Schwortz, o perito explicou ainda que isto era
somente uma parte de toda a informação científica que afirma sua autenticidade.
"Realmente é uma acumulação de milhares de
pedacinhos de evidência que, ao serem reunidos, são esmagadores em favor de sua
autenticidade".
Apesar destes dados, muitos céticos questionam a
evidência sem terem visto os fatos. Por esta razão, Schwortz criou o site www.shroud.com,
este é um recurso para os dados científicos sobre o Sudário.
Não obstante, Schwortz lamentou o fato de que
existem muitos que ainda questionam a evidência, que acreditam que o sudário
seja mais que uma pintura medieval bem elaborada.
"Acho que a razão pela qual os céticos negam a
ciência apontam a que se eles aceitarem algo disso suas crenças básicas seriam
dramaticamente desafiadas, e teriam que voltar atrás e reconfigurar o que eles
são e o que acreditam", sustentou Schwortz. "É muito mais fácil
rejeitá-lo e não preocupar-se por isso. Assim, não precisam enfrentar suas
próprias percepções ".
"Acredito que algumas pessoas preferem ignorar
ao invés de serem desafiados", disse.
Schwortz sublinhou que a ciência indica que o Santo
Sudário corresponde ao sudário pertencente a um homem que foi enterrado
conforme tradição judia, depois de ser crucificado de forma coerente com aquela
narrada no Evangelho. Entretanto, esclareceu que isto não é prova da
ressurreição: “e aqui é onde entra a fé”.
"É uma imagem relacionada à pré-ressurreição,
pois se fosse uma imagem pós-ressurreição estaria relacionada a um homem vivo -
não morto", explicou Schwortz, e disse ainda que a ciência não pode provar
o tipo de imagem que seria produzida por um corpo humano que ressuscitou dentre
os mortos.
"O Sudário é uma prova da fé, não da ciência.
Pois chegamos a um ponto onde a ciência se detém e as pessoas devem decidir por
si mesmas".
"A resposta à fé não será um pedaço de tecido,
mas possivelmente essa resposta está nos olhos e nos corações daqueles que põem
seu olhar nela", precisou.
A respeito do ponto de encontro entre fé e ciência,
Schwortz tem somente uma opinião: nunca se converteu ao cristianismo, mas
continua sendo um judeu praticante. E isto, diz o perito, faz com que seu
testemunho como cientista seja mais credível.
"Acho que desta maneira sirvo melhor a Deus,
através do meu envolvimento com o Santo Sudário, ao ser a última pessoa no
mundo da qual as pessoas esperariam que desse uma palestra sobre o que é,
efetivamente, a relíquia cristã mais fundamental".
"Acredito que Deus em sua infinita sabedoria
sabia melhor que eu, e me colocou aí por alguma razão", refletiu o perito.
Fonte e imagem: ACI Notícias

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