Não goste, ame! Pois somente o AMOR é capaz de construir o mundo. (Antonio Luiz Macêdo)..

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

CHAD E A SEMENTE DO CÉU

CONTO DE CHAD
 
Homem temente a Deus desde a infância, fez-se jardineiro desde os 10 anos de idade através do pai, porque, dizia: “É uma das mais belas profissões do Senhor”. Logo recebeu o apelido de mão-de-ouro. Tudo o que plantava, germinava e desenvolvia.
Aos 75 fizera um pedido aos céus: “Pai, atua paixão me dói profundamente no peito. Dá-me uma semente de consolo”.
Em sonho, viu uma semente debaixo de uma frondosa mangueira. Acordou cedinho, e apressadamente dirigiu-se até a árvore. Lá estava a semente.


Sua forma era a de uma semente de ameixa. De cor creme, apresentava dos dois lados a mancha de uma cruz.

Apanhou-a com todo o carinho e cuidado, agradecendo a Deus pelo presente.
Em frente da simples casa preparou o local e plantou a semente. Regava todos os dias. À medida que os dias passavam, mais cuidado e mais esmero.


Cinco anos depois, uma árvore diferente de todas as árvores, crescera e despontava agora com uma beleza triste. Olegário não entendia nada. Tronco, galhos, folhas de cor violácea. Esperava ansioso, a floração.
Ao contrário das demais, no primeiro dia da quaresma foram surgindo ao mesmo tempo, dezenas de flores vermelhas. Duas particularidades chamou sua atenção: eram adultas e fechadas. Durante toda a quaresma permaneceram assim.

Na sexta-feira santa, ao meio-dia, todas se abriram num momento mágico, mostrando em suas pétalas o desenho de uma cruz.
Olegário ajoelhou-se. Lágrimas brotavam dos seus olhos rasos. Contemplava aquele presente como se contemplasse o próprio Jesus. às três horas da tarde fecharam-se todas, e uma gota vermelha escapava de cada uma delas. Olegário permanecia extático. Era demais para o seu coração.
Passaram-se ainda duas sextas-feiras santas. Na terceira, porém, a emoção apoderou-se dele de tal forma que o coração não resistiu. Eram três horas da tarde. As flores não fecharam e não escorregou nenhuma gota vermelha. De cada uma caiu uma chuva de lágrimas sobre o corpo de Olegário. Depois... Pouco a pouco, fecharam-se.
No instante do sepultamento de Jesus, anjos vestidos de branco abriram um jazigo onde depuseram o seu corpo. Cobriram com areia e folhas da árvore. E se foram para o céu.

E daquele dia até hoje, todas as sextas feiras-santas o fenômeno se repete: durante as três horas de sofrimento de Jesus todas as flores permanecem abertas. Sendo que às três horas da tarde, metade da flores derramam gotas de sangue, e a outra metade gotas de lágrimas. Sangue e água, o presente de Jesus para Olegário e para todos nós.
#ContoContado
Chad
Fotos: Google

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