Não sei se você parou, em algum dia de inverno,
sobre uma ponte, e ficou observando atentamente o que acontece. Por baixo, no
início da chuva, surge um filete de água barrenta, suja. À medida que o tempo
vai passando e a chuva caindo mais intensamente, o volume de água aumenta, o nível
sobe. Agora é uma enxurrada. Troncos, árvores, animais, utensílios...e até
gente é arrastada pela correnteza.
A ponte permanece inabalável. Cai a chuva, o vento
sopra, o rio transborda, e ela continua em pé. Sua estrutura é capaz de torná-la inflexível,
porque foi projetada para suportar as intempéries. O concreto, o ferro, o
cimento e a água, garantem a sua estabilidade.
Assim acontece conosco. Há dias que parece um dia
de inverno. O tempo fecha; o céu escurece; os ventos sopram; a chuva cai; a
correnteza se forma; o nível da água eleva...e parece que a gente vai sufocar, vai
afogar, não vai resistir. Se a ponte não se abala, por que nós nos abalamos no
tempo do inverno interior? Se isto acontece é hora de reconstrução. Misture bem
o concreto da fé com o cimento do amor, e adicione de uma só vez o ferro da
esperança. Deixe solidificar. A estrutura está restaurada. Agora, é só ver a
água rolar por baixo da ponte!
Esta ponte são os pais.
Antonio luiz Macêdo
Imagem Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário