ECUMÊNICO E A UNIDADE DOS CRISTÃOS

 PRESUNÇÃO E CONVICÇÃO

Irmãos que ainda ontem eram católicos  presumem que não sei o que eles sabem e que não conheço Jesus como eles conhecem. Agem nesta presunção. Às vezes me param, a mim ou a meus amigos e parentes para nos levar para seus púlpitos e para seus templos.

Agem na convicção de que finalmente encontraram a verdade sobre Jesus e que nós não a conhecemos. Nestes 20 séculos, apesar de milhares de pensadores e teólogos, homens cultos autores de centenas de livros, os católicos não acharam Jesus. Sua nova igreja, sim. Lá, os pregadores são revelados. JESUS diz tudo a eles.

Agem baseados na sua experiência de saber quase nada quando eram católicos e concluem que todos os outros católicos são como eles eram. Agora que mudaram de templo, de banco ou poltrona, de púlpito e de altar e que aprenderam a ler a Bíblia e interpretá-la de acordo com aqueles púlpitos e pregadores, concluem que saíram do desvio e acharam o caminho. Seria bem mais humilde se admitissem que outros sabem tanto ou até mais do que eles.

Respondo-lhes que a mesma convicção que os levou para outra forma de pensar, orar e louvar me mantém católico. Eu também acho que achei minha verdade suficiente, já que nem eles nem nós podemos dizer que conhecemos toda a verdade sobre Jesus. Seria leviana presunção. Jesus é muito mais!

Se eu duvidar que ele achou suficiente verdade ao deixar de ser católico, garanto que ele se ofenderá. Quem sou eu para dizer que ele não achou? Mas quando ele duvida que eu conheço Jesus o suficiente para prosseguir cristão de fé abrangente – católico quer dizer isto- é ele quem me ofende. E ele? Pode afirmar que não conheço Jesus? Não posso julgá-lo e ele também não pode me julgar foi o Jesus que eles aprenderam a ler  disse em Mateus 7,1-2.

Fizemos nossas escolhas. Ele agora se sente ovelha guiada por algum sacerdote ou pregador pastor que o levará ao pastor maior que é Jesus. Os católicos que ficam, ficam porque se sentem filhos espirituais diante do sacerdote padre (pai) que os leva ao Filho Jesus, e este, ao Pai eterno. São místicas.

Eu não o abordarei pressionando para que volte e espero que ele não insista em me levar para lá. Aceito que nos encontremos ora aqui e ora lá para refletirmos sobre o que temos em comum. As diferenças não devem levar a ofensas e injúrias. Não é o que Jesus queria ou quereria.

Convicção rima com boa educação. Toda vez que vejo alguém convicto do nosso lado ou do lado de lá apresso-me a orientá-lo sobre o significado dessa palavra. Alguma coisa ou alguém o convenceu de que este é o caminho para ele. Mas uma coisa é o seu caminho que leva ao Caminho que é Jesus e outra o caminho do outro que também leva ao Caminho Jesus. Igrejas não são o caminho, levam ao grande Caminho. Fica bem mais humilde o cristão que admite que muitos caminhos levam a Jesus.

Não  tenho nem nunca tive todas as luzes e todas as respostas sobre Jesus. Eles também não têm. Se nos deixaram,  -fala-se em 30%  nos últimos 40 anos- que sejam felizes na sua nova convicção! Faz tempo que sou feliz na minha. A diferença e que não fui bater à sua porta para dizer-lhes que estão errados e que não conhecem Jesus. E aí começa a delicada questão do ecumenismo.

O sol de Deus não brilha apenas nos telhados de nossos templos. Milhões de crentes não  conseguem assimilar nem esta verdade elementar. Agem como se da porta da casa deles para fora fosse noite para todo mundo…menos para eles! Alguém precisa lhes mostrar a diferença entre convicção e presunção!…

#UmSóPastor

Ecumênico

Autor: Padre Zezinho

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