NOSSA SENHORA DO BOM CONSELHO
A devoção que comemoramos hoje, remonta a Igreja
Primitiva, de forma que não temos dados precisos sobre sua origem. Tão antiga é
a devoção que a Mãe do Bom Conselho é invocada na Ladainha Lauretana.
Sabemos, contudo, que entre os anos de 432 e 440, o Papa Xisto III
mandou construir uma Igreja dedicada a Nossa Senhora do Bom Conselho na cidade
de Genezzano, Itália, ao lado de um convento fundado por Santo Agostinho. Esta
cidade havia sido doada à Igreja com o advento dos imperadores cristãos,
sucessores do Imperador Constantino que, convertido, decretara o fim da
perseguição aos cristãos e da crucifixão (ano 312). Genezzano iria ser
agraciada, cerca de mil anos depois, com um presente milagroso de
Nossa Senhora, como veremos a seguir:
Havia, na idade média, também uma outra
igreja, na cidade de Scutari - Albânia, onde o povo venerava com ardor
uma imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho, a que eram atribuídos muitos
milagres. A devoção crescia vertiginosamente, até que no ano de
1467, maometanos turcos invadiram e dominaram a Albânia, culminando em sérias
conseqüências aos cristãos. A perseguição implacável, colocou a Igreja
numa situação dificílima, de forma que muitos cristãos tiveram de abandonar o
país e, os que ficaram, tiveram de permanecer na clandestinidade . Foi nessa
ocasião, que dois albaneses de nomes Solavis e Georgi, ao entrarem no
santuário, testemunharam um grande milagre, a princípio, muito
intrigante. Uma nuvem divina rodeou a estampa de Nossa Senhora que foi como que
retirada da parede e elevou-se ao céu, tomando a direção de Roma, sobre o
Mar Adriático. Os peregrinos, impelidos a seguir sua
trajetória, passaram a acompanhar a estampa. Com muita
confiança entraram no mar e passaram a caminhar sobre as ondas a pé
enxuto e o atravessaram até chegar às vizinhanças de Roma. Ali, a estampa
rodeada de nuvens foi se afastando até que acabaram perdendo-a de
vista.
Ao mesmo tempo, lá na cidade de Genezzano, na
Itália, a estrutura da Igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho
estava seriamente comprometida. A velha igreja construída pelo Papa
Xisto III no século V, havia ficado em ruínas não só pela ação do tempo,
mas também pela falta de recursos. Há muito tempo, porém, uma irmã
da Ordem Terceira de Santo Agostinho, chamada Pedrina, havia tomado à
frente do empreendimento, e cuja reconstrução confiou unicamente à Providência
Divina, à Santíssima Virgem e ao santo padre Agostinho,
fundador da ordem a que pertencia. Aos que duvidavam,
respondia com muita fé e confiança que seus esforços não eram vãos e que
brevemente seriam postos a têrmo, com a força da graça divina.
Era dia 25 de abril, nos festejos de
São Marcos Evangelista, onde também realizava-se uma feira pública
naquela cidade e que contava com grande multidão. Repentinamente surgiu no céu
uma nuvem em forma de coluna milagrosamente suspensa no ar, chamando a
atenção de todos os circunstantes. Tal coluna vagarosamente baixou
em direção a uma das paredes mais elevadas da igreja em reconstrução e
dissipou-se, imprimindo na parede, à vista de todos, uma imagem de Nossa
Senhora do Bom Conselho, pintada a fresco. Os sinos, por si só,
passaram a badalar consecutivamente, causando estupefação pública,
conseqüentemente a conversão de muito pagãos em Genezzano. Surpresos, uns
aos outros, perguntavam sobre a origem da estampa, quais os
desígnios de Deus acêrca de tão grandioso mistério.
A partir deste acontecimento , os padres agostinianos
começaram a divulgar o culto à Nossa Senhora do Bom Conselho, e não
tardou que o número de fiéis de toda a Itália
e países circunvizinhos viessem em peregrinação para reverenciar
Nossa Senhora.
Tomando conhecimento do grande milagre ocorrido em
Genezzano, os dois peregrinos Solavis e Georgirs, foram também
reverenciar Nossa Senhora do Bom Conselho, a quem eram extremamente
devotos. Mas, não haviam relacionado o primeiro milagre ao segundo.
Chegando na cidade, qual não foi a perplexidade deles ao constatarem que
a estampa fixada na parede da igreja era a mesma estampa que haviam visto ser
levada aos céus na sua cidade de origem, Scutari. Ficou claro que a
estampa havia sido trasladada de um país para o outro pelos anjos
de Deus. Com muito entusiasmo proclamaram o fato ao povo
local. Foram por isso interrogados por uma comissão e, sob juramento,
contaram o que ocorrera na igreja da sua cidade de origem. Detalhadamente
narraram desde o momento em que testemunharam ocularmente a estampa que
sendo retirada da Igreja de Scutari, a travessia do mar a pé enxuto, a
chegada na Itália até o momento em que a perderam de vista.
Desvendaram-se assim os milagrosos acontecimentos, simultaneamente ocorridos
desde a Albânia até a Itália, para onde a imagem foi levada pelos anjos
por desígnio de Nossa Senhora.
O fato foi levado ao Papa Paulo II (Pietro Barbbo -
pontificado 1464 a 1471), que na ocasião foi quem iniciou o processo para
apurar a veracidade dos fatos.
O Papa Leão XIII mandou construir um altar em seu
oratório privado, pessoalmente visitou o santuário, instituiu a Pia
União, do qual se fez membro, redigiu poesias e agraciou a igreja de
Nossa Senhora do Bom Conselho com o título de "Basílica Menor".
No dia 25 de abril de 1993 (viagem apostólica do
Papa João Paulo II à Albânia), mesma data em que a imagem foi levada por anjos
de Scutari para Genezzano (25 de abril de 1467), João Paulo II
pessoalmente dirigiu-se ao antigo templo e doou umaa reprodução da
imagem original, a qual lá foi entronizada, marcando definitivamente a
reconciliação do governo e da nação albaneza com a Igreja de Cristo.
O Vaticano, a partir daquele ano, financiou
as obras de reconstrução do Santuário, depreciado por consequência
da perseguição do regime comunista.
Oração
a Nossa Senhora do Bom Conselho
Gloriosíssima Virgem Maria, escolhida pelo eterno Conselho para Mãe do Verbo Humanado, tesoureira das divinas graças e advogada dos pecadores, eu, o mais indigno dos vossos servos, a vós recorro para que me sejais guia e conselheira neste vale de lágrimas. Alcançai-me, pelo preciosíssimo sangue de vosso divino Filho, o perdão de meus pecados, a salvação de minha alma e os meios necessários para obtê-la. Alcançai também para a Santa Igreja o triunfo sobre os seus inimigos e a propagação do reino de Jesus Cristo em todo o mundo. Amém.
Gloriosíssima Virgem Maria, escolhida pelo eterno Conselho para Mãe do Verbo Humanado, tesoureira das divinas graças e advogada dos pecadores, eu, o mais indigno dos vossos servos, a vós recorro para que me sejais guia e conselheira neste vale de lágrimas. Alcançai-me, pelo preciosíssimo sangue de vosso divino Filho, o perdão de meus pecados, a salvação de minha alma e os meios necessários para obtê-la. Alcançai também para a Santa Igreja o triunfo sobre os seus inimigos e a propagação do reino de Jesus Cristo em todo o mundo. Amém.
Fonte: Página Oriente
Nenhum comentário:
Postar um comentário