Quando os nossos primeiros pais, por vontade livre
e soberana, afastaram-se de Deus, conhecendo o mal e a morte, Deus nunca se
afastou um momento sequer de suas vidas. Sentido, triste, decepcionado com a
atitude tomada por eles, mesmo assim o Senhor faz surgir um raio de luz em meio
às trevas: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a
descendência dela; ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás no calcanhar”.
A promessa da reconciliação seria cumprida através do descendente da
mulher.
São Luís Maria Grignon de Montfort, no Verdadeiro
Tratado da Devoção à Santíssima Virgem, nos diz que Deus reuniu todas as águas e fez o mar; reuniu todas as Graças e fez
Maria. Gestada no coração do Pai desde toda a eternidade, Maria foi a
primeira criatura pensada, amada, escolhida. E porque escolhida, cumulada de
Graça.
“Alegra-te, cheia de graça, o
Senhor é contigo”. Toda a graça estava nela.
Era como que um recipiente que não mais comporta uma gota de água sequer. Maria
transbordava da graça de Deus. Este privilégio, no entanto, não exclui as suas
reações humanas e emocionais. Ela ficou perturbada com estas palavras.
Turvou-se a sua mente e o seu coração. Não entendia.
“Não temas, Maria, pois
encontraste graça diante de Deus”. A graça com que
Deus a cumulara não tinha sido em
vão. Graça multiplicadora de graça, graça sobre graça. A
escolha é perfeita. Imaculada desde o seio do Criador, continua Imaculada no
seio de Ana, e mais tarde durante a prova final, e até o final de sua vida
terrena: mesmo gerando e dando à luz um filho.
“Como se fará isso?” Era virgem e tinha o direito de saber. Gabriel explica. É obra do
Espírito Santo. O Espírito Santo é Deus, o Senhor da vida e o Deus do
impossível. Até Isabel, estéril e de idade avançada, estava grávida de seis
meses.
A escolhida pára, inclina a cabeça, fecha os olhos,
silencia, medita, ora, contempla, extasia-se diante do mistério, e na sintonia
do céu, exclama: “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em segundo a tua palavra”. As
estruturas do cosmos abalam-se; o universo exulta; a terra rejubila; a historia
se renova. As palavras da escolhida de Deus mudaram os rumos da nossa vida. A
Aliança refaz-se. “E o verbo se fez carne e habitou entre nós”.
Fonte: Lucas 1,26-38
Paz e Luz
Antonio
Luiz Macêdo
Leia mais Artigos
do Autor:
Catequese
Católica
(busque em Colunistas)
Sou Catequista (busque em
Artigos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário