Cidade do Vaticano (RV) – No final da manhã desta
sexta-feira (10/06) o Papa recebeu, no Vaticano, uma delegação da Comunhão
Mundial das Igrejas Reformadas.
Este encontro, disse Francisco em seu discurso, é
um passo a mais no caminho que caracteriza o movimento ecumênico – um caminho
abençoado e cheio de esperança.
“Hoje, devemos antes de tudo ser gratos a Deus pela
nossa fraternidade reencontrada que, como escreveu S. João Paulo II, ‘não é a
consequência de um filantropismo liberal ou de um vago espírito de família; mas
está enraizado no reconhecimento do único Batismo e na consequente exigência de
que Deus seja glorificado na sua obra’.”
Outro motivo de gratidão, prosseguiu o Papa, é a
recente conclusão da quarta fase do diálogo teológico entre a Comunhão Mundial
das Igrejas Reformadas e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos
Cristãos sobre o tema da justificação.
“Estou satisfeito em constatar que o relatório final
destaque o elo necessário entre a justificação e a justiça”, afirmou Francisco,
acrescentando que a fé em Jesus nos leva a viver a caridade mediante gestos
concretos, capazes de incidir no nosso estilo de vida.
“Com base no acordo sobre a doutrina da justificação,
existem muitos campos em que reformados e católicos podem colaborar para
testemunhar juntos o amor misericordioso de Deus, verdadeiro antídoto diante do
sentimento de abandono e de indiferença que parece nos circundar.”
Desertificação espiritual e consumismo espiritual
Com efeito, acrescentou o Papa, vivemos com
frequência uma “desertificação espiritual”. Sobretudo lá onde se vive como se
Deus não existisse, para Francisco os cristãos são chamados a serem “ânforas”
que matam a sede com a esperança.
De fato, não é possível comunicar a fé vivendo-a de
maneira isolada ou em grupos fechados ou separados. Deste modo, não se consegue
responder à sede de Deus que nos interpela e que emerge também em inúmeras
formas de religiosidade.
Segundo Francisco, essas novas formas correm o
risco de favorecer um espécie de “consumismo espiritual”. Eis então a urgente
necessidade de um ecumenismo que, com o esforço teológico para recompor as
controvérsias doutrinais, promova uma missão comum de evangelização e de serviço.
Sem dúvida, há muitas iniciativas e boas
colaborações em vários lugares, reconheceu o Papa. Mas todos podemos fazer mais
para transmitir o amor de Deus. O Papa então concluiu: “Expresso o desejo de
que este encontro seja um sinal eficaz da nossa perseverante determinação em
caminhar juntos na peregrinação rumo à plena unidade”.
Fonte e imagem: News.va
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