Não goste, ame! Pois somente o AMOR é capaz de construir o mundo. (Antonio Luiz Macêdo)..

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Coração Eucarístico (Jo 19,31-34)



Longinus observa de longe. A cena é terrificante. Com as pernas quebradas o corpo arqueia e cai para frente. E cessando definitivamente o processo respiratório, o condenado morre por uma asfixia lancinante. Foi este o destino de Dimas e Gestas. Quando os soldados se aproximaram do terceiro crucificado, Jesus de Nazaré, verificando que já estava morto, seguiram adiante. No entanto, Longinus permanecia no seu posto, imóvel, olhos fixados no homem da Cruz. Alguma coisa tocara o seu coração de soldado romano. Essa imobilidade poderia ser melhor traduzida por uma inquietação interior, algo que nunca houvera sentido antes. Será que foram as suas palavras? Ou a sua atitude de amor e entrega total? Ou ainda aquela verdade que nem mesmo tinha consciência de tê-la proferido: “Realmente este homem era o Filho de Deus” (Lc 23,47)? Mas de repente, num impulso instantâneo e instintivo, “tomou a lança e abriu-lhe o lado, e imediatamente saiu sangue e água” (Jo 19,34). O coração de Jesus havia sido traspassado pelos nossos pecados.
   
Quase mil e duzentos anos após sua crucifixão, Jesus nos deixa mais uma vez um sinal do seu amor e da sua misericórdia para com cada um de nós. O milagre de Lanciano é prova irrefutável desse amor.
   
O sacerdote é um homem como outro qualquer, passível de erros, falhas e limitações. Uma coisa apenas o distingue dos outros homens: a escolha de Deus. Deus o escolhe do meio do povo e o chama para exercer o ministério sacerdotal.
E pelas suas mãos consagradas, a bênção e o perdão divinos chegam até nós, bem como o corpo e o sangue do Senhor. E o que dizer quando a crise de fé se apossa do coração desse homem?
   
Em Lanciano, na igreja de São Longinus, havia um desses sacerdotes. Sempre que celebrava a Eucaristia, deparava-se com uma dúvida atroz que o atormentava sobremaneira: “Será que Jesus está realmente presente sob estas formas do pão e do vinho após a consagração? Será que o pão se transubstancia na sua carne e o vinho no seu sangue?” Era sempre assim. Aquele conflito interior dilacerava o seu coração. O que ele talvez nem imaginasse, é que Jesus estivesse preparando o mais belo presente para dizimar todas as suas dúvidas, todas as suas inquietações.
   
Numa das missas, quando depõe a hóstia consagrada sobre a patena, sob os seus olhos estupefatos ela se transforma em um pedaço de carne. Em seguida, ao colocar o cálice sobre o corporal, observa que não contém mais vinho, mas cinco pedaços de sangue coagulado, de tamanhos diferentes. Sua fé havia sido renovada. Deus não esquecera do seu escolhido e consagrado.
   
Expostas à ação do tempo e das variedades climáticas por um período aproximado de oitocentos anos, estas relíquias permanecem em perfeito estado de conservação até os dias de hoje. E o mais extraordinário é que estudos científicos altamente criteriosos comprovaram que o sangue é humano, do grupo AB e o fator RhoD é positivo (AB+). A carne é humana, pertencente ao mesmo tipo de sangue e, pasmem: é parte do miocárdio, é um pedaço do Coração Eucarístico de Jesus. O coração traspassado pela lança de São Longinus na sexta-feira santa é o mesmo coração que você recebe quando participa do Banquete da Vida. E o sangue que fluiu copiosamente do lado de Jesus é o mesmo sangue que lava e purifica, e se deposita no cálice sobre o altar.

Neste mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, procuremos vivenciar com alegria o mistério desse amor, o mistério desse coração apaixonado que morreu e ressuscitou de amor e se deixou ficar no vinho e no pão.
  
Que o Coração Eucarístico de Jesus se faça um com o nosso coração, para que, plenificados pela sua Misericórdia e pela sua Graça, possamos Eucaristizar o mundo.
   
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, tende compaixão de nós!

Antonio Luiz Macêdo
Imagem Google

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