Cidade do Vaticano (RV) – A
parábola do Pai Misericordioso foi o tema da Audiência Geral nesta
quarta-feira, (11/05), de tempo instável na capital italiana.
Devido às ameaças de chuva, os doentes foram
acomodados na Sala Paulo VI, a quem o Pontífice dirigiu uma saudação antes de
ingressar na Praça S. Pedro.
Já na presença dos fiéis, o Papa comentou o trecho
extraído do Evangelho de Lucas, que fala de um pai, cuja misericórdia é
infinita, e de seus dois filhos.
O filho mais novo vai embora de casa. Ao voltar, o
pai não se mostra ressentido pela grave ofensa mas, ao contrário, tem somente
sentimentos de alegria por recuperar o filho perdido. Isso, ressaltou
Francisco, nos ensina que a nossa condição de filhos de Deus não depende dos
nossos erros ou acertos, mas é fruto do amor do coração do Pai.
Amor incondicional
“Penso nas mães e nos pais apreensivos quando veem
os filhos se afastarem por estradas perigosas. Penso nos párocos e nos
catequistas que, às vezes, se perguntam se o seu trabalho foi em vão. Mas penso
também em que se encontra na prisão e pensa que sua vida acabou; aos que
fizeram escolhas erradas e não conseguem olhar para o futuro; a todos aqueles
que têm fome de misericórdia e de perdão e acreditam não merecê-la… Em qualquer
situação da vida, não devo esquecer que jamais deixarei de ser filho de Deus,
de um Pai que me ama e aguarda o meu retorno.”
Já o filho mais velho se vangloria de ter ficado ao
lado do pai e tê-lo servido; mas não viveu com alegria esta proximidade. Mostra
que a lógica da recompensa nos faz ignorar que não permanecemos na casa do pai
para que se obtenha algum benefício, mas por termos a dignidade de filhos que
compartilham as responsabilidades do pai.
Lógica de Cristo
O filho menor pensa que merece um castigo por causa
dos próprios pecados, já o filho maior esperava uma recompensa pelos seus
serviços. Os dois irmãos não falam entre si, vivem histórias diferentes, mas
raciocinam ambos segundo uma lógica estranha a Jesus: comportando-se bem,
recebe um prêmio, comportando-se mal, é punido. “Esta não é a lógica de Jesus”,
recordou o Papa.
Esta lógica é subvertida pelas palavras do pai: é
preciso fazer festa porque teu irmão voltou. Sem o menor, também o filho maior
deixa de ser um “irmão”. “A maior alegria de um pai é ver que os seus filhos se
reconhecem irmãos”, disse Francisco, que concluiu:
“Os filhos podem decidir se unirem-se à alegria do
pai ou rejeitar. E a parábola termina deixando o final suspenso: não sabemos o
que o filho maior decidiu. E este é um estímulo para nós. Este Evangelho nos
ensina que todos necessitamos entrar na casa do Pai e participar da sua
alegria, da festa da misericórdia e da fraternidade. Abramos o nosso coração,
para ser “misericordiosos como o Pai!"
Fonte e imagem: News.va
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