Não goste, ame! Pois somente o AMOR é capaz de construir o mundo. (Antonio Luiz Macêdo)..

terça-feira, 24 de maio de 2016

Missa em Santa Marta - Dia após dia



«Hoje, 24 de maio, é a festa de Maria Auxiliadora que na China se celebra com particular devoção. Ofereço esta missa por todos os chineses, por aquele grande país, para que o Senhor abençoe a China»: com estas palavras o Papa Francisco deu início à celebração eucarística na capela da Casa de Santa Marta durante a qual, na homilia, aprofundou o tema da «santidade simples», à qual são chamados todos os cristãos: um «caminho» – disse – a percorrer «todos os dias com coragem, esperança, graça e conversão».

A meditação de Francisco inspirou-se no trecho da primeira Carta de são Pedro (1, 10-16) proposto pela liturgia do dia: «um pequeno tratado sobre a santidade, uma exortação, mas também uma indicação do caminho para a santidade». Trata-se, explicou o Papa, da «santidade simples de todos os cristãos, a santidade diária, a nossa, que devemos praticar todos os dias». A última referência é clara: são Pedro indica-a dizendo: «está escrito: “Sede santos, porque eu sou santo”», e o próprio Deus disse a Abraão: «Caminha na minha presença e sê irrepreensível». Isto é, explicou Francisco: «a santidade é caminhar na presença de Deus de modo irrepreensível». Acrescentando: «a santidade não se pode comprar, nem vender. Também não se oferece». De facto, ela «é um caminho na presença de Deus, que devo percorrer: não pode ser feita por alguém em meu nome». Certamente, «posso rezar a fim de que outro seja santo, mas o caminho deve ser percorrido por ele, não por mim».

Para esclarecer melhor, o Pontífice, seguindo o texto de Pedro, indicou algumas «palavras» úteis para nos ensinar «como é a santidade de todos os dias, aquela santidade – digamos – anónima». Antes de tudo, é preciso «coragem». Recorda-o inclusive Pedro: «Cingi, portanto, os rins do vosso espírito, sede sóbrios». Serve sempre «a coragem de prosseguir», por conseguinte podemos dizer que «o Reino dos Céus de Jesus é para os corajosos».

Depois o apóstolo continua: «Colocai toda a vossa esperança na graça que vos será dada». Eis a segunda palavra útil: «esperança». Não podemos, frisou o Papa, «empreender um caminho sem a vontade de chegar. Nós, disse, esperamos «um encontro com Deus, um encontro com Jesus»: esta esperança «move a coragem». Depois são Pedro fala de «graça». E é a terceira palavra que faz compreender que «não podemos alcançar a santidade sozinhos», pois «é uma graça». Explicou Francisco: «Ser bom, ser santo, todos os dias dar mais um passo em frente na vida cristã é uma graça de Deus e devemos pedi-la» e ter a «disponibilidade» para a receber.

Sobre o tema da «esperança do caminho» o Pontífice sugeriu a releitura do capítulo XI da Carta aos Hebreus: «narra-se o caminho dos nossos pais, dos primeiros chamados por Deus, do modo como eles prosseguiram. E do nosso pai Abraão diz: “Ele partiu sem saber para onde ia”». Cada um de nós, afirmou, pode «pedir esta graça ao Senhor» e «com simplicidade» rezar: «Senhor, sou um pobrezinho, mas tu podes fazer o milagre de me tornar um pouco melhor». Assim, podemos «abrir o coração» a fim de que o Espírito aja em nós.

Por fim, outra palavra sugerida por Pedro, que escreve: «À maneira de filhos obedientes, já não vos amoldeis aos desejos que tínheis antes, no tempo da vossa ignorância. A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações». Fala-se aqui de «conversão». Disse o Papa: ao longo do caminho «não devemos olhar para trás: é uma estrada para ir em frente, rumo ao horizonte, com esperança, coragem e abertos à graça», mas pode acontecer que «um dia progrido, noutro regrido. Isto não ajuda», faz com que permaneçamos «parados no mesmo lugar». Portanto «todos os dias» precisamos da conversão. Talvez alguém possa dizer: «Padre, para me converter devo fazer penitências, flagelar-me», mas – explicou Francisco – servem «pequenas conversões». «Se conseguires não falar mal dos outros, estás no bom caminho para te tornares santo». Somos chamados a coisas simples: «Tenho vontade de criticar um vizinho, um colega de trabalho?» será útil «morder a língua um pouco», talvez «ela ficará inchada» mas «o vosso espírito será mais santo neste caminho».

O importante é «prosseguir» neste caminho «simples» mas que exige também «força» – «que é um dom do Espírito Santo – para «carregar os sofrimentos». De qualquer maneira, eles chegam mais cedo ou mais tarde: «uma doença ou a morte de uma pessoa querida, um problema com os filhos ou com os irmãos, um problema mais grave nos negócios ou no trabalho». A referência é sempre Jesus, o qual «prosseguiu e sofreu». Assim também para nós «há os pequenos pedaços de cruz», mas há também «a alegria deste caminho» durante o qual, «em todos os momentos» nos encontramos com Jesus.

Portanto, resumiu Francisco: «Coragem, esperança, graça, conversão e força», assim «construimos a santidade de todos os dias, na Igreja: cada dia um passinho em frente neste caminho rumo ao encontro com o Senhor».
Fonte e imagem: L’Osservatore Romano


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