VATICANO, 14 Mai. 16 / 11:00 am (ACI).- Na última
quinta-feira, 12, o Papa Francisco teve um encontro com as participantes da
Assembleia Plenária das Superioras Gerais (UISG) sob o tema “Tecer a
solidariedade global para a vida”,
quando pediram ao Santo Padre criar uma comissão que estude a possibilidade de
incluir mulheres no diaconato permanente. A seguir, a pergunta e a resposta do
Pontífice:
Pergunta: (...) Na Igreja existe o ofício
do diaconato permanente, mas está aberto somente aos homens, casados ou
solteiros. O que impede à Igreja incluir mulheres entre os diáconos
permanentes, como ocorria na Igreja primitiva? Por que não constituímos uma
comissão oficial que possa estudar a questão? Pode nos dar um exemplo de onde
vê a possibilidade de uma melhor inserção das mulheres e das mulheres
consagradas na vida da Igreja?
Papa
Francisco:
“Esta pergunta vai no sentido de ‘fazer’: as mulheres consagradas já trabalham
tanto com os pobres, fazem muitas coisas ... no ‘fazer’. Mencionam o tema do
diaconato permanente. Qualquer pessoa poderá dizer que as “diaconisas
permanentes” na vida da Igreja são as irmãs (risadas). Efetivamente acontecia
na antiguidade, houve um início... Recordo que era uma questão que me
interessava muito quando vinha a Roma para as reuniões... e estava alojado no
Domus Paulo VI, havia um teólogo sírio muito bom que fez a edição crítica e a
tradução dos Hinos de Efren o Sírio. Um dia lhe perguntei a respeito deste tema
e me explicou que nos primeiros tempos da Igreja havia algumas ‘diaconisas’.
Mas o que são estas diaconisas? Estavam ordenadas ou não? Menciona o Concílio
de Calcedônia (451), mas é um pouco escuro. Qual foi o papel das mulheres
diaconisas naquela época? Parece – me respondeu aquele teólogo, que já faleceu,
era um grande professor, sábio, erudito – parece que o papel das diaconisas era
ajudar no batismo
das mulheres no momento da imersão, batizavam-nas, por uma questão de pudor,
também para fazer as unções nos corpos das mulheres, no batismo. E também uma
coisa curiosa: Quando havia um julgamento matrimonial porque o esposo agredia a
sua mulher e esta reclamava com o bispo, as diaconisas eram as encarregadas de
ver os hematomas no corpo da mulher causados pelas agressões dos esposos e
informavam ao bispo. Eu me lembro disso. Há algumas publicações sobre o
diaconato na Igreja, mas não está claro como era. Acredito que vou pedir à
Congregação para a Doutrina da Fé que me informe a respeito dos estudos sobre
esta questão, porque respondi apenas em base no que havia ouvido acerca deste
sacerdote, que era um investigador erudito e válido, sobre o diaconato
permanente. E eu também gostaria de estabelecer uma comissão oficial a fim de
que possa estudar esta questão: acredito que seria pelo bem da Igreja
esclarecer este assunto. Estou de acordo. Falarei para que seja feito algo a
respeito.
Depois
dizem: ‘Estamos de acordo com você, Santo Padre, que referiu outras vezes sobre
a necessidade de um papel mais incisivo das mulheres nas posições de decisões
na Igreja”. Isto é claro: ‘Pode nos dar algum exemplo de onde vê a
possibilidade de uma melhor integração das mulheres e das consagradas na vida
da Igreja?’. Direi uma coisa que vem depois, porque vi que há uma pergunta
geral. Nas consultas da Congregação para os religiosos, nas assembleias, as
consagradas devem participar: isto é seguro. Nas consultas sobre tantos
problemas que se apresentam, as consagradas devem estar. Outra coisa: uma
melhor inserção. Neste momento não tenho coisas concretas, mas sempre o que
disse anteriormente: procurar o julgamento da mulher consagrada, porque a
mulher vê as coisas com uma originalidade diferente dos homens e isto
enriquece: seja na consulta, na decisão e na realização”.
Fonte e imagem: ACI Notícias
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