Havia
em certo quintal dois coqueiros. Um deles crescera desmesuradamente, enquanto
que o outro não passara dos três metros de altura. Todos os dias o mais alto
insultava o menor.
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Que vês aí embaixo?
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Vejo a casinha do meu dono.
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Daqui eu vejo o prédio mais alto da cidade.
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Que estás vendo agora?
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Crianças brincando com barquinhos na chuva.
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Vejo um grande transatlântico ancorado no porto.
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E agora, o que vês?
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O fusquinha da minha patroa.
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Pobre coqueiro! Há poucos metros vejo uma limousine presidencial.
O
céu escureceu. Nuvens carregadas formavam-se rapidamente. A tempestade não
tardou. Um vento impetuoso investiu sobre aquela região. A destruição fora
total.
Do
coqueiro alto sobrou apenas a memória. O orgulhoso não sobrevive às tempestades
da vida.
O
outro – que não preciso mencionar o nome – permaneceu incólume, inatingível.
Com
qual dos dois você se identifica? Lembre-se: quanto mais baixo o coqueiro...
nem queda há.
Antonio Luiz Macêdo
Imagem
Google
CONTA-GOTAS
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