O Catecismo da Igreja diz que “Chamamos de sacramentais os sinais sagrados instituídos pela Igreja, cujo objetivo é preparar os homens para receber o fruto dos sacramentos e santificar as diferentes circunstâncias da vida” (n.1677). Entre os sacramentais, figuram em primeiro lugar as bênçãos (de pessoas, da mesa, de objetos e lugares). Toda bênção é louvor Deus e pedido para obter seus dons. (n.1672)
Os sacramentos produzem seu efeito “ex
opere operato”, quer dizer, “pela obra realizada”, é ação direta de Deus; sua
validade e eficácia não dependem da santidade do ministro ou do fiel; já
a eficácia dos sacramentais (“ex opere operantes”), “pela ação daquele que
opera”, depende da disposição dos que os recebem. Assim, para que haja frutos
das graças dos sacramentais, é necessário boa disposição ao recebê-los. É
necessário estar na graça de Deus para receber as graças atuais dos
sacramentais com maior eficácia.
Entre os sacramentais, estão as bênçãos
de modo geral. Vale destacar as bênçãos que dão o Papa, os Bispos e os
sacerdotes; os exorcismos; a bênção de reis, abades ou virgens e, em geral,
todas as bênçãos sobre coisas santas.
Além das bênçãos temos algumas orações,
como as Ladainhas de modo geral (Nossa Senhora, Sangue de Cristo, Espírito
Santo, São José, São Miguel, etc.). A água benta; usada em certas unções que se
usam em alguns sacramentos. O pão bento ou outros alimentos santificados
pela bênção de um sacerdote ou diácono. As imagens e medalhas sagradas
abençoadas, etc.
Os efeitos que produzem os sacramentais
recebidos com as disposições necessárias são muitos. Obtêm graças atuais, pela
intervenção da Igreja. Perdoam os pecados veniais. Podem perdoar toda pena
temporal, devida, pelas indulgências ligadas ao uso dos sacramentais. Obtêm-nos
graças para a nossa vida terrena, como a saúde corporal, defesa contra as
tempestades, uma viagem bem-sucedida, etc. Além disso nos livram das tentações
do demônio ou nos dão forças para vencê-las.
O Concílio Vaticano II disse que “não
há uso honesto das coisas materiais que não possa ser dirigido à santificação
dos homens e o louvor a Deus.”( Const. Sacrosanctum Concilium, 61).
Tendo em vista os seus efeitos, os
sacramentais nos protegem contra a ação do demônio. Especialmente o crucifixo,
a água benta, as medalhas, imagens e quadros de Nossa Senhora, dos Anjos e dos
Santos, o escapulário de Nossa Senhora do Carmo, o Agnus Dei, etc., nos
protegem contra a ação do Mal quando os usamos e veneramos com fé e
devoção. É claro que não podemos fazer um uso supersticioso desses objetos;
como se agissem por si mesmos sem a nossa disposição de fé.
De modo especial a Igreja emprega o uso
do Rito do exorcismo para expulsar o demônio de alguém que tenha sido possuído
por ele.
“Quando a Igreja exige publicamente e
com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto seja
protegido contra a influência do maligno e subtraído a seu domínio, fala-se de
exorcismo” (Cat. n. 1674).
No Batismo é realizado o exorcismo na
forma simples. “O exorcismo solene, chamado “grande exorcismo”, só pode ser
praticado por um sacerdote, com a permissão do bispo. Nele é necessário
proceder com prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja.
O exorcismo visa expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isto
pela autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja”. (n. 1674)
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